Fernando Madureira e Sandra Madureira remeteram-se ao silêncio
Operação Pretoriano
28 de out. de 2024, 12:25
— Lusa/AO Online
O
início desta fase facultativa, que visa decidir por um juiz de
instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento,
requerida por alguns arguidos, começou hoje no Tribunal de Instrução
Criminal (TIC) do Porto, depois de dois adiamentos devido a greve dos
oficiais de justiça.A fase instrutória,
que decorre à porta fechada, arrancou com os interrogatórios de Fernando
Madureira, que está em prisão preventiva há nove meses, e de Sandra
Madureira, sua mulher e antiga vice-presidente dos Super Dragões, um dos
grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto.No entanto, Fernando Madureira e Sandra Madureira optaram por ficar em silêncio.Fernando
Madureira chegou ao tribunal cerca das 09h20, sob fortes medidas de
segurança, e foi saudado por familiares, enquanto Sandra Madureira
entrou pela porta principal, mas sem prestar declarações.No
exterior do tribunal foram colocadas duas faixas de apoio a Fernando
Madureira: “Liberdade ao Macaco” e uma outra que dizia “Só os mais
fortes sobrevivem, nós somos eternos”.Seguem-se
as audiências com alguns dos outros arguidos, entre os quais Carlos
Nunes, mais conhecido por ‘Jamaica’, José Pedro Pereira e Fernando Saul,
ex-funcionário do clube ‘azul e branco’.Em
causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério
Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões
“criarem um clima de intimidação e medo” numa Assembleia Geral (AG) do
FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e
agressões, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse
da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.Fernando
Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes
oito foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra
Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, apelidado de
‘Polaco’ e igualmente com ligações à claque.Em
causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à
integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação
pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e
ainda três de atentado à liberdade de informação.Hugo
Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o
MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos
desportivos entre um e cinco anos.O FC
Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’
constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada a 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na
AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.