Feridos na explosão em Santa Margarida estão “estáveis” e sem sequelas graves
3 de mar. de 2023, 12:44
— Lusa/AO Online
“Estão
ambos conscientes, colaborantes, a conversar com as equipas que os
estão a acompanhar, sem grandes preocupações”, referiu Rui Garcia, chefe
da equipa de urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
(CHUC), em declarações aos jornalistas sobre o incidente que provocou um
morto e cinco feridos, dois graves e três ligeiros, no Campo Militar de
Santa Margarida, em Constância, no distrito de Santarém.Num
balanço feito pelas 20h00 de quinta-feira, o clínico garantiu que os dois militares
helitransportados para Coimbra não foram afetados por lesões
oftalmológicas.As lesões são ao nível da
audição, com zumbidos associados à explosão, e ao nível da pele, como na
face, pelo impacto e por terem sido projetados, referiu, apontando a
existência de escoriações e queimaduras de primeiro grau sem gravidade.“[A situação] Não se revela tão grave para já, depois de alguns exames a que já foram submetidos”, frisou Rui Garcia.O
chefe da equipa de urgência do CHUC acrescentou que, neste momento, os
dois militares vão continuar a ser estabilizados e que será mantida a
vigilância porque “podem surgir lesões mais à frente”.O
Exército abriu hoje um processo de averiguações à "explosão
inadvertida" ocorrida durante uma operação de desativação de explosivos,
anunciou o ramo. Em comunicado, o
Exército referiu que ocorreu uma "explosão inadvertida", cerca das
16:40, durante uma operação de desativação de engenhos explosivos, que
estava a ser realizada por uma equipa de desativação do Regimento de
Engenharia N.º1 "para a destruição, no local, de munições e explosivos e
foguetes". A operação foi realizada "no
âmbito do Planeamento e Gestão das Áreas de Instrução, Infraestruturas
de Tiro e Infraestruturas de Treino do Campo Militar de Santa
Margarida", lia-se na nota.Num balanço
também realizado perto das 20:00, o comandante dos Bombeiros Voluntários
de Constância disse aos jornalistas que o incidente ocorreu quando uma
máquina estava a fazer a inativação de explosivos, sendo que esta ficou
destruída. Marco Gomes explicou que, após
as manobras do Exército, por uma questão de segurança, são mobilizadas
equipas para inertizar aquilo que são explosivos que possam não ter sido
detonados.“Os militares fazem treino
operacional com cargas explosivas e é um procedimento padrão que não
correu como desejado. [O incidente ocorreu quando uma] máquina estava a
operar e soterrar todo o explosivo que ficou danificado e resultou numa
vítima mortal”, frisou.“É uma máquina com
balde, uma máquina normal com capacidade de transportar terra, ficou
debilitada. O operador da máquina foi uma das vítimas que foi para
Coimbra no meio aéreo”, acrescentou. O
comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância adiantou ainda que a
vítima mortal tinha 47 anos e era um dos elementos da equipa de
inativação de explosivos.Os três feridos considerados ligeiros foram transportados para o Hospital de Abrantes, também no distrito de Santarém, indicou.O
ramo militar também já anunciou que foi aberto um processo de
averiguações e que a Polícia Judiciária Militar (PJM) tomou conta da
ocorrência. Segundo o Comando Sub-regional
do Médio Tejo, o alerta foi recebido às 16:49 e para o local foram
enviados 35 operacionais, 12 veículos e um helicóptero do Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM).