Fenprof quer testes nas escolas antes de começar 2.º/3.º ciclo e secundário
Covid-19
15 de mar. de 2021, 12:34
— Lusa/AO Online
O
secretário-geral da Fenprof pediu “que se altere o calendário de
testagem” a professores e funcionários dos 2.º e 3.º ciclos assim como
do ensino secundário, para que se saiba se há funcionários infetados
antes de as escolas reabrirem.Mário
Nogueira falou de manhã à porta de uma escola do 1.º ciclo, em Lisboa,
que hoje retomou o ensino presencial depois de mais de um mês de portas
encerradas.As creches e escolas do
pré-escolar e 1.º ciclo voltaram hoje a receber os mais novos, mas a
campanha de testagem à covid-19 a educadores, professores e funcionários
de estabelecimentos públicos e privados começa na terça-feira.“O
ensino está a regressar ao seu habitat natural, que é a escola, mas
deveriam ter aproveitado este período para terem sido tomadas medidas
que não foram. Os testes, que vão começar a ser realizados amanhã,
deveriam ter sido realizados até hoje. A apresentação deveria já ter
considerado as situações de infeção, para que não entrassem na escola”,
defendeu Mário Nogueira, em declarações aos jornalistas.O
secretário-geral da Fenprof disse esperar que a situação não se repita
na reabertura dos restantes níveis de ensino: Os alunos dos 2.º e 3.º
ciclos regressam ao ensino presencial depois das férias da Páscoa, em 5
de abril, e os estudantes do secundário em 19 de abril.“Que
se altere ainda o calendário de testagem, quer para dia 5 quer para dia
19 de abril, para que se antecipe e não sejam a partir do dia da
apresentação. Isso ainda é possível porque ainda estamos em março”,
defendeu.O dirigente sindical acusou ainda
o Ministério da Educação de não ter “reforçado as medidas de segurança
sanitária”, através da contratação de mais assistentes operacionais que
garantissem “uma limpeza e desinfeção mais aprofundada”, e da redução de
alunos por turma que permitiria maior distanciamento nas salas de aula.Quanto
à vacinação de professores e pessoal não docente, que o ministro da
Educação anunciou hoje que seria iniciada no fim de semana de 20 e 21 de
março, Mário Nogueira disse preferir “esperar para ver”.“Vamos
ver. O Ministério da Educação agora diz que começa no fim de semana mas
veremos se não vai ser como os computadores”, criticou, referindo-se ao
facto de os docentes estarem a utilizar equipamento próprio para dar
aulas através das plataformas digitais.“O
ministério nem sequer respondeu à questão que colocámos do cumprimento
da lei do Código do Trabalho, no que toca ao fornecimento de
equipamentos, à manutenção e a todas as despesas inerentes ao trabalho a
distância, que ainda está por resolver”, acusou.Ainda
sobre a vacinação da comunidade escolar, Mário Nogueira disse esperar
que arranque o “mais rapidamente possível” até porque “é uma forma, como
dizem a UNESCO e a UNICEF, que as escolas abram e não voltem a fechar”.“Preocupa-nos
porque basta olhar para o que se está a passar nos países à nossa volta
para percebermos que os casos de infeção já estão a disparar. Há já
quem fale numa quarta vaga e isso seria uma tragédia do ponto de vista
da aprendizagem dos alunos que as escolas tivessem que voltar a fechar”.Mário
Nogueira lembrou ainda todo o processo desencadeado pela Fenprof para
conhecer os casos de covid-19 nas escolas no primeiro período letivo,
considerando que “não se soube exatamente o que realmente aconteceu em
cada escola”.Só depois de uma decisão
judicial, os professores tiveram acesso ao número de casos de infeção
entre os elementos da comunidade escolar: “Foi preciso ir a tribunal
para saber que eram quase três mil escolas onde esteve a covid-19”,
recordou, considerando que “houve falta de transparência”.No
dia em que arranca o desconfinamento, que será feito de forma faseada,
Mário Nogueira lembrou ainda todos os “professores e educadores que
nunca saíram das escolas”, que se mantiveram abertas durante o ensino à
distância para acolher os filhos de trabalhadores essenciais no combate à
pandemia ou os alunos que as escolas consideraram que deveriam
manter-se na escola.Os alunos mais novos
regressaram hoje à escola depois de mais de um mês em casa, numa paragem
das aulas presenciais que começou no final de janeiro com duas semanas
de pausa letiva e continuou a 8 de fevereiro com o ensino à distância.Na
quinta-feira, o Conselho de Ministros decidiu reabrir as escolas de
forma faseada, começando hoje pelos mais novos. Em 5 de abril será a vez
dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos e, duas semanas depois, serão os
estudantes do secundário a regressar à escola.