Fenprof pede testes antes da reabertura de jardins de infância
Covid-19
26 de mai. de 2020, 12:24
— Lusa/AO Online
A
menos de uma semana da reabertura dos jardins de infância, a Fenprof
alertou esta terça-feira para o facto de faltarem “garantias de segurança
sanitária”, num comunicado em que sublinha a importância social da
abertura do ensino pré-escolar para que milhares de famílias possam
retomar a sua atividade profissional.Depois
de cerca de dois meses e meio de portas encerradas, na próxima
segunda-feira, a 1 de junho, as crianças do pré-escolar regressam
às escolas seguindo orientações da Direção-Geral da Saúde e do Governo,
para tentar minimizar o perigo de contágio.Para
a Fenprof, estas entidades falharam ao não obrigar à realização de
testes de diagnóstico a todos os profissionais que regressam à atividade
presencial, “para que esta se possa reiniciar num clima de
indispensável confiança, não temendo sujeitar ao contágio crianças e
profissionais, pais e encarregados de educação”.Os
educadores de infância são o segundo grupo docente mais envelhecido,
logo a seguir aos professores do 2.º ciclo (do 5.º e 6.º anos de
escolaridade).A Fenprof lembrou que quando
as creches voltaram a receber crianças, a 18 de maio, foram feitos
testes aos trabalhadores antes do seu regresso e “foram detetados mais
de meia centena de casos que, a não terem sido mantidos em isolamento,
poderiam ter dado origem a novos surtos por transmissão da infeção”A
Fenprof alertou ainda para a situação dos professores da Intervenção
Precoce, que devem ter medidas adicionais de segurança quando tiverem de
se deslocar a casa dos alunos e contactar com as famílias e crianças.As
orientações para o regresso das crianças ao pré-escolar, divulgadas na
semana passada pelos ministérios da Educação e do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, preveem a possibilidade de as
instituições substituírem os docentes que pertençam, atestadamente, a um
grupo de risco, tal como aconteceu no ensino secundário.Nestes
casos, os estabelecimentos de ensino podem substituir o docente por
outro educador de infância que não tenha grupo atribuído, recorrer aos
mecanismos legais de substituição de docentes ou adotar outras
estratégias que entendam adequadas.No
comunicado, a Fenprof criticou não estar prevista a redução do número de
crianças por sala, tal como aconteceu com o ensino secundário, em que
ficaram definidas regras como as distâncias de segurança entre alunos, o
que levou a uma limitação do número imposto pela área das salas de
aula.As orientações para o regresso das
crianças ao pré-escolar preveem normas de segurança semelhantes àquelas
que foram aplicadas às creches, privilegiando-se as atividades ao ar
livre, em regime de rotativo dos grupos, e maximizando o distanciamento
social.Para evitar o cruzamento entre
pessoas, a orientação estabelece a definição de circuitos de entrada e
saída, e de acesso às salas, e a criação de espaços "sujos" e "limpos",
encerrando, por outro lado, todos os espaços que não sejam necessários
ao bom funcionamento das atividades.À
semelhança daquilo que se passa atualmente nas creches, as crianças
devem ser entregues à porta do estabelecimento, evitando a circulação de
pessoas externas no interior do recinto, e o calçado da rua não deve
entrar.Sobre as famílias que optem por não
enviar as crianças para os jardins de infância, a Fenprof defendeu que
devem continuar a ser apoiadas à distância, com atividades específicas,
tal como tem acontecido até agora.