Fenprof inicia negociação para recrutamento em Língua Gestual e mantém diferendo sobre carreiras
20 de dez. de 2017, 18:13
— Lusa/AO online
Antes
da ordem de trabalhos da reunião no Ministério da Educação, a Federação
Nacional dos Professores contestou os números divulgados na terça-feira
pelo governo sobre o alegado custo do descongelamento das carreiras dos
docentes e respetivo reposicionamento, exigindo “transparência” e
“seriedade política”. Segundo
os dados do governo, o descongelamento das carreiras vai permitir a
progressão de mais de 50 mil professores no próximo ano, o que
representa um custo adicional de 90,2 milhões de euros em salários. “Em
reunião anterior, o ministério havia informado a Fenpropf de que seriam
1.162 e 1.035 os docentes que, respetivamente, reuniam condições para
progredir aos escalões 5.º e 7.º em 2018”, afirma a federação em
comunicado, acrescentando que no documento divulgado pelo governo se
referem 6.562 em condições de progredir ao 5.º escalão e 7.337 ao 7.º
escalão.Para a
estrutura sindical, trata-se de “uma enorme diferença” que faz com que o
número final de docentes em condições de progredir em 2018 baixe de
50.151, como consta no documento, para 38.449. “Além
disso, esta enorme diferença nestes dois escalões levanta legítimas
suspeições sobre a correção do número de docentes em condições de
progredir em 2018”, lê-se no comunicado.A
Fenprof diz que este não é o único problema identificado nos dados
divulgados pelo governo e que, apesar de não ter recebido “grande
explicação” para alegada “falta de rigor” nos números, houve “o
compromisso de os mesmos serem corrigidos”, designadamente os que
correspondem aos docentes em condições de progredir em 2018.
Os sindicatos representados na Fenprof pretendem que seja fixada uma
percentagem mínima de vagas anuais para a progressão ao 5.º e ao 7.º
escalão, bem como a garantia de negociação anual do número definitivo.Sobre o regime de concursos, a estrutura sindical insiste em alterações que garantam justiça nas colocações em 2018. A
Fenprof pondera requerer a negociação suplementar destas matérias,
decisão que será tomada até sexta-feira, último dia para apresentação do
respetivo pedido.Sobre
a criação do grupo de recrutamento de Língua Gestual Portuguesa (LGP), a
Fenprof assinala que foi apresentado um anteprojeto que suscita ainda
“dúvidas e reservas” em alguns aspetos, frisando que a criação deste
grupo não poderá traduzir-se no afastamento de professores “com muitos
anos de experiência e formações relevantes”