Fenprof exige integração de formadores em sede de PREVPAP no IEFP
Covid-19
23 de abr. de 2020, 10:20
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a
Federação Nacional de Professores alertou que os formadores do IEFP, que
“já vivem em extrema precariedade” há largos anos e em regime de
prestação de serviços a recibos verdes, viram a sua situação ser
agravada com o cancelamento de toda a formação presencial por parte
deste Instituto na sequência dos efeitos da pandemia Covid-19.A
Fenprof refere que na sequência do cancelamento das atividades
presenciais, “o IEFP, ao arrepio das orientações e decisões emanadas do
governo, não criou nenhuma alternativa que permitisse aos formadores
continuar a desenvolver as suas funções em regime de teletrabalho, como
sucedeu com as restantes instituições de ensino e formação de nível
básico e superior, públicas ou privadas”.De
acordo com a Fenprof, os formadores mostraram-se disponíveis para
assegurar as suas tarefas, sem paragem no trabalho que desenvolvem,
através de plataformas digitais. “Ficaram,
assim, sem trabalho e sem rendimentos, tendo que recorrer ao apoio
extraordinário do Estado, bastante abaixo do salário mínimo nacional e
que poderá nem abranger todos os formadores”, pode ler-se na nota da
Fenprof.A Federação realça ainda que a
situação é “tanto mais inadmissível quanto, a mais de um milhar destes
formadores, foi já reconhecida, no âmbito do PREVPAP [Programa de
Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração
Pública], a irregularidade dos seus contratos e, por isso, deveriam
estar já integrados nos quadros do IEFP. No
entanto, sublinha a Federação, o IEFP “continua a não querer reconhecer
o direito à regularização do vínculo destes formadores, tendo aberto
apenas cerca de metade das vagas para concurso do número de casos que
obtiveram parecer favorável no âmbito do PREVPAP”.Por
isso, a Fenprof exige que todos os formadores cujos requerimentos
mereceram apreciação favorável em sede de PREVPAP, sejam urgentemente
integrados nos quadros.Exige também que
seja assegurada a manutenção dos rendimentos dos formadores, garantindo a
prestação de trabalho em regime de teletrabalho.“Em
contexto de emergência social como o que vivemos, cabe ao Estado dar o
exemplo de combate à precariedade e, assim, garantir a estabilidade – e o
rendimento – também destes trabalhadores!”, salienta ainda a Fenprof.Desde
16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados,
por decisão do Governo para tentar controlar a disseminação do novo
coronavírus, que já matou 785 pessoas e infetou 21.982 pessoas em
Portugal.O Governo decretou o estado de
emergência a 19 de março, que já foi prorrogado duas vezes, estando
previsto agora o seu fim a 02 de maio. O diploma prevê a possibilidade
de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou
estabelecimentos comerciais".