Fenprof estima que haja 30.000 alunos sem as aulas todas
27 de jan. de 2022, 18:48
— Lusa/AO Online
“No
privado, o problema é semelhante, contudo, é ocultado e, que se
conheça, nem a Inspeção age, como era seu dever”, afirmou em comunicado a
estrutura sindical.De acordo com a
Fenprof, na quarta-feira, o número de horas em concurso de contratação
de escola era de 5.802, sendo necessário “recuar a meados de outubro”
para encontrar um número “mais elevado”.Isto
sem ter em conta as situações de isolamento por covid-19, que “o
Ministério da Educação continua a ocultar”, escreve a federação, segundo
a qual as horas em causa se distribuem por um total de 469 horários a
concurso.A Fenprof considerou que a
Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC) deveria atuar também ao
nível do ensino privado, onde faltam igualmente professores.A
estrutura liderada por Mário Nogueira atribuiu ainda a falta de
professores nas escolas, que se agravou neste final de mês, à falta de
medidas e a um problema crónico, “desvalorizado por sucessivos
governos”.“A resolução deste problema não
passa por substituir docentes por robôs, mas por restituir atratividade a
uma profissão que, na última década e meia, tem vindo a ser alvo de
políticas que a têm desvalorizado e de campanhas levadas a efeito pelo
poder político para que tal desvalorização também tenha lugar no plano
social. Essas políticas levaram ao abandono da profissão de milhares de
jovens já formados e à fuga, dos que terminam o ensino secundário, aos
cursos de formação de docentes”, lê-se no documento.Após
as eleições legislativas de domingo, a Fenprof tenciona entregar na
Assembleia da República uma petição para exigir medidas que revalorizem a
profissão docente e atraiam mais jovens para a formação inicial.Ao
futuro Governo, em particular à nova equipa ministerial, será entregue
um abaixo-assinado com as mesmas exigências e propostas concretas para
iniciar processos negociais.