Fenprof entrega terça-feira petição para travar processo de municipalização
22 de mar. de 2021, 17:56
— Lusa/AO Online
“O
processo de transferência de competências para os municípios e
comunidades intermunicipais constitui uma clara desresponsabilização do
poder central e um acréscimo de responsabilidades dos municípios, num
quadro de subfinanciamento, que porá em causa o direito universal de
acesso a uma Escola Pública gratuita e de qualidade”, escreve a Fenprof
em comunicado.No entender da estrutura
sindical, o processo em causa fragiliza ainda a autonomia das escolas,
não só ao retirar-lhes algumas competências, mas também ao manter
centralizadas decisões que deveriam ser suas.Entre
essas, a Fenprof refere como exemplo a constituição de turmas, a
organização dos horários, o apoio a alunos e a organização das
estruturas intermédias de gestão.“Embora
dois terços dos municípios do continente não tenham optado pela entrada
no processo de transferência de competências em Educação, o Governo
impôs, na lei, que o mesmo será compulsivo em 2022”, acrescentam,
explicando que é essa imposição que querem travar.A
petição, que conta já com quase seis mil assinaturas, foi lançada em
novembro e na altura o secretário-geral da Fenprof explicou que o
objetivo era travar a transferência de competências na área da educação
para os municípios, por considerar que o processo acentua as assimetrias
entre escolas e desresponsabiliza o Estado.O
processo "deve ser parado e existir uma discussão envolvendo todos os
parceiros e elementos da comunidade educativa, de como é que se pode
avançar com um verdadeiro processo de descentralização, reforçando
competências nas escolas e reconhecendo autonomia às escolas num
conjunto de decisões no plano pedagógico que hoje não têm, e com o
Governo a assumir responsabilidades de devem ser suas", justificou Mário
Nogueira.Entre as cerca de 5.900
assinaturas, constam as dos presidentes das duas principais associações
representativas dos diretores escolares – Manuel Pereira da Associação
Nacional de Dirigentes Escolares e Filinto Lima da Associação Nacional
de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.Também
o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e
Encarregados de Educação, Rui Martins, e os coordenadores de
organizações sindicais representativas dos trabalhadores não-docentes
subscreveram o texto.