Fenprof diz que Orçamento do Estado será o indicador das intenções do Governo
3 de set. de 2024, 11:49
— Lusa/AO Online
“Há um indicador
que vai ser importantíssimo para se perceber o que aí vem: chama-se
Orçamento do Estado para [20]25. Dentro de um mês, mês e pouco temos cá
fora a proposta do Governo”, apontou Mário Nogueira, em declarações à
Lusa.Neste sentido, o sindicalista lembrou
que as organizações internacionais que atuam na área da Educação, entre
elas a ONU, que recomendou “várias medidas importantes para a superação
da falta de professores” e também que “houvesse um financiamento
adequado por parte dos Estados para que se possam dar as respostas
necessárias”.Assim, continuou, as
organizações apontam para “um financiamento público da Educação que deve
estar na ordem dos 6% e, só com esse financiamento público” é que,
defendeu Mário Nogueira, se vai “conseguir resolver problemas das
escolas, do sistema e dos profissionais, valorizando a profissão e
ganhando gente”.“Se continuarmos a ter
valores que são cerca de metade e, sobretudo, valores que, em boa parte,
são resultantes de fundos comunitários e os fundos comunitários […] são
fundos com prazos limitados, não são para um investimento a pensar no
futuro”, apontou.Esses fundos “são para
determinado momento”, seja um ou dois anos, e depois quando acaba, “às
vezes, ainda se cria uma dificuldade maior” que passa pela redução do
Orçamento do Estado por conta do fundo que entrou.“Não
basta haver boas intenções e muitas reuniões” é preciso que “haja
vontade política de investir”, porque “o subfinanciamento na Educação já
é crónico”, disse.Mário Nogueira falava à
agência Lusa à entrada das jornadas sindicais do Sindicato dos
professores da Região Centro (SPRC), que decorrem hoje e quarta-feira em
Viseu e onde serão debatidos os desafios dos delegados sindicais.E
é também em Viseu, no dia 12, que vai ser assinalado o arranque do ano
letivo na Escola Secundária Alves Martins, estando prevista a presença
do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do
primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do ministro da Educação, Fernando
Alexandre.A Fenprof “também foi convidada”
a estar presente e, apesar de ainda não ter resposta ao convite, Mário
Nogueira adiantou que “não há nenhuma manifestação marcada por parte do
sindicato, mas haverá uma mensagem sobre a Educação”, admitindo que
“possa haver um ou outro professor descontente” a marcar presença.