Fenprof considera aumento na Educação insuficiente para resolver problemas
OE2025
14 de out. de 2024, 14:53
— Lusa/AO Online
“Com este baixo nível de
financiamento, os problemas da educação não serão resolvidos”, escreve a
organização sindical em comunicado, em relação à proposta do Governo de
Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), entregue na quinta-feira no
parlamento.O Governo aumentou a verba
destinada à Educação em 6,8%, prevendo uma despesa total consolidada de
7,47 mil milhões de euros, a maioria para pagar “despesas com pessoal”,
que representam 78,4% do orçamento.Sublinhando
que este valor, em relação ao PIB, continua muito abaixo das
recomendações internacionais para o investimento na educação, a Fenprof
considera que o subfinanciamento do setor é um “problema que já se
tornou crónico”.No que respeita às
despesas com pessoal, que crescem 3,3% face ao previsto para este ano, a
Fenprof afirma que esse aumento é insuficiente para concretizar as
medidas aprovadas este ano de valorização da carreira docente, e que
incluem a recuperação do tempo de serviço congelado durante o período de
intervenção da ‘troika’.Assim, o
Ministério da Educação, Ciência e Inovação “limita-se a gerir a verba
que resulta da previsível saída de educadores e professores para a
aposentação”, que, segundo a federação, ronda os 200 milhões de euros,
segundo os professores.Além da recuperação
do tempo de serviço, a Fenprof refere ainda os encargos adicionais
decorrentes do reposicionamento de milhares de docentes que deverão
ingressar na carreira, da contratação de professores, dos apoios para
professores deslocados e dos incentivos para atrair docentes para as
escolas mais carenciadas.Por outro lado, a
estrutura sindical critica alguns dos seis objetivos estratégicos
definidos para os próximos anos na proposta de OE2025, desde logo o novo
modelo de avaliação externa, que substitui as antigas provas de
aferição por Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), no 4.º e
6.º anos.“Não terá consequências na
qualidade das aprendizagens, pois tal só acontecerá com a melhoria das
condições de trabalho nas escolas, objetivo que não consta dos seis
definidos na proposta de OE2025”, lê-se no comunicado.A
Fenprof questiona também o caminho da digitalização e a revisão das
competências na área da educação, ao nível das competências das escolas,
das autarquias e dos serviços do próprio Ministério.“A
proclamada dotação de autonomia às escolas, a par do reforço das
competências dos municípios (…) servirão, sobretudo, para aligeirar as
responsabilidades do poder central”, antecipa.Em
relação à educação na primeira infância, os representantes dos
educadores e professores defendem a criação de uma rede pública de
creches, “fundamental para responder às necessidades de todas as
famílias” e a universalização da oferta de educação pré-escolar às
crianças a partir dos 3 anos.A proposta de
OE2025, entregue no parlamento na quinta-feira, ainda não tem
assegurada a sua viabilização na generalidade e a votação está marcada
para o próximo dia 31, no parlamento.Se a
proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS for viabilizada na generalidade
com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do
Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29
de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29
de novembro.