Fenprof apresenta queixa à PGR sobre negociações com o Ministério da Educação
2 de jan. de 2025, 15:55
— Lusa/AO Online
Num
comunicado a Fenprof refere que, além da queixa
apresentada na Procuradoria-Geral da República (PGR), requereu também um
parecer à Provedoria da Justiça e escreveu ao Presidente da República,
primeiro-ministro e grupos parlamentares para denunciar a situação.Em
causa estão as reuniões negociais realizadas no dia 27 de dezembro
entre o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) e os
sindicatos que representam os professores para discutir o protocolo
negocial sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente.Quando
recebeu a Fenprof, e ainda antes de se sentar à mesa com os restantes
sindicatos, o ministério já tinha assinado o acordo com a Federação
Nacional da Educação (FNE), a primeira a reunir com a tutela naquele
dia.“Assim, a Fenprof foi impedida de
negociar o texto de protocolo, apenas lhe cabendo informar se o
subscrevia ou não, o que a reunião com o MECI acabou por confirmar”,
escreve a federação, relatando que “os representantes do Governo
recusaram integrar qualquer das propostas apresentadas”.Não
foi a primeira vez que o ministério optou por receber os sindicatos
separadamente em reuniões finais de um processo negocial. Quando
estiveram a discutir a recuperação do tempo de serviço congelado durante
a 'Troika', a FNE conheceu e assinou o acordo antes das restantes
organizações sindicais.A Lusa questionou o MECI se esta é uma prática que tenciona manter nas futuras negociações, sem resposta até ao momento.“Em
caso algum, as organizações poderão ser confrontadas com textos já
fechados por terem sido subscritos, antes, com outras organizações”,
defende a Fenprof, que questiona a legalidade dessa prática e propõe que
as reuniões que tiverem em vista a celebração de acordos ocorram em
mesa negocial única ou em mesas separadas, mas em simultâneo.Na
queixa enviada à PGR, a federação sindical manifesta-se também
preocupada com a possibilidade de vir a ser excluída das negociações por
não ter assinado o protocolo negocial, sendo que o ministro Fernando
Alexandre já assegurou que a Fenprof será convocada para as reuniões,
mesmo não antecipando qualquer acordo depois de terem recusado o
protocolo negocial.Além das questões
relacionadas com o processo negocial, a Fenprof questiona também a
legalidade de alguns aspetos previstos no protocolo negocial, como a
ausência de um prazo para o fim das negociações e o “caráter reservado”
do documento e das atas das reuniões.As
próximas reuniões negociais sobre a revisão do Estatuto da Carreira
Docente ficaram agendadas para os dias 17 de janeiro e 21 de fevereiro.O
documento foi assinado pela Federação Nacional da Educação (FNE),
Sindicado Nacional dos Professores Licenciados (SNPL), a Federação
Portuguesa dos Profissionais da Educação, Ensino, Cultura e Investigação
(FEPECI), Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE),
Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu) e Pró-Ordem
dos Professores.Só a Fenprof recusou a
proposta e os restantes cinco sindicatos ficaram de dar uma resposta em
janeiro, antes da primeira reunião.