Professores
e investigadores vão participar na Greve Climática que se realiza
sexta-feira, tendo sido entregues pré-avisos de greve de pelo menos três
sindicatos, incluindo a Fenprof, que abrangem todos os estabelecimentos
de ensino do país, desde o pré-escolar ao ensino superior.Depois
de ter sido contactada por vários docentes que queriam aderir ao
protesto mundial em defesa do planeta, a Fenprof decidiu entregar um
pré-aviso “para que todas as pessoas que o desejam possam participar na
manifestação” que se realiza esta sexta-feira em mais de vinte
localidades portuguesas, disse à Lusa o secretário-geral da Fenprof,
Mário Nogueira.“As questões do clima são
problemas que têm vindo a preocupar os professores e que os devem
preocupar porque estão na formação dos jovens e, sobre essas matérias,
têm tido sempre um papel ativo”, salientou Mário Nogueira, que sublinhou
também as “posições esclarecidas e combativas dos jovens”.Reconhecendo
que este é um pré-aviso de greve `sui generis` uma vez que os
trabalhadores não estão a reivindicar questões laborais nem a contestar
qualquer posição da entidade patronal, Mário Nogueira entende que é
importante dar liberdade aos professores para poderem participar nestas
iniciativas.“Exigir ao Governo e à
comunidade internacional políticas ambientalmente sustentáveis;
protestar contra quem coloca a exploração e o lucro acima das pessoas e
do futuro do planeta”, são os grandes motivos que vão levar os
professores a sair à rua na sexta-feira ao lado dos seus alunos, os
grandes impulsionadores destes protestos que começaram no ano passado
graças à jovem ativista sueca Greta Thunberg.“O
pré-aviso de greve tem a intenção de permitir que aqueles que querem
estar nas manifestações mas não têm forma de justificar as suas faltas,
porque não estão doentes, poderão usar este pré-aviso que irá permitir a
justificação das faltas”, explicou.O
pré-aviso de greve apresentado pela Fenprof dirige-se a todos os
educadores de infância e professores desde o ensino básico ao superior
de todos os estabelecimentos de ensino portugueses, tanto públicos como
privados.Além da Fenprof, também o STOP -
Sindicato de Todos os Professores e o Sindicato dos Trabalhadores da
Saúde, Solidariedade e Segurança Social (STSSSS) entregaram pré-avisos
de greve para dia 27, permitindo aos trabalhadores de todos estes
setores aderirem à greve. Elementos da
Fenprof também irão participar nas manifestações agendadas para
sexta-feira para voltar a chamar a atenção para as questões climáticas e
ambientais.Mário Nogueira lembrou que a
federação está “extremamente envolvida” neste combate em defesa do
planeta, anunciando que a Fenprof irá “promover dentro de um ano um
grande encontro nacional dirigido a professores sobre esta matéria”.A
atual Greve Climática Global começou na semana passada, a 20 de
setembro, e está a decorrer em cerca de 150 países por todo o mundo. Em
Portugal, o programa de ação, entre vigílias, concentrações,
manifestações, tribunas públicas, cinema e yoga, culmina no dia 27 com
uma greve geral com a qual os promotores, maioritariamente jovens,
pretendem “parar a sociedade”, numa chamada de atenção para a
necessidade de medidas de preservação do planeta, face às alterações
climáticas.O manifesto da greve climática
em Portugal exige o encerramento das centrais de carvão na próxima
legislatura, a paragem de quaisquer novos projetos que aumentem as
emissões a nível nacional e a neutralidade de carbono em 2030.