Federações das modalidades de pavilhão elencam maiores desafios para a evolução
26 de nov. de 2024, 17:42
— Lusa/AO Online
Num
painel na conferência Record Summit, denominado “Modalidades de
pavilhão: desafios e oportunidades nos próximos anos”, marcaram presença
os presidentes da Federação de Patinagem de Portugal, Luís Sénica, da
Federação de Andebol de Portugal, Miguel Laranjeiro, e da Federação
Portuguesa de Voleibol, Vicente Araújo, e também o vice-presidente da
Federação Portuguesa de Basquetebol, Miguel Pereira.“As
infraestruturas são um dos nossos maiores desafios. É um grande
problema. No voleibol, temos 10 escalões, no masculino e no feminino,
que jogam ao fim de semana. Ainda temos de conciliar isso com as outras
modalidades no mesmo espaço. Não só temos falta de infraestruturas, como
a maior parte das que temos estão degradadas. Não reúnem as melhores
condições para praticar desporto”, apontou Vicente Araújo.O
líder federativo de voleibol adiantou ainda que, em Portugal, apenas a
MEO Arena, em Lisboa, tem capacidade para albergar competições
internacionais das modalidades, e destacou o crescimento “fora do
normal”, de 70% de voleibolistas do sexo feminino.“Todos
os dias aparecem novas meninas a perguntar onde podem jogar. Faltam-nos
estruturas de acolhimento. Também temos dificuldades com os dirigentes e
os clubes têm de procurar apoios. Se queremos dar resposta à procura,
temos de ter estruturas profissionais nos clubes e não é possível. Se
não inovarmos, não temos sucesso”, disse.Miguel
Laranjeiro lembrou a importância da cultura de clubes para alavancar
todas as modalidades, “por toda a marca e investimento que têm”,
sobretudo os ‘três Grandes’, e corroborou a “rutura de espaços de
pavilhão” para impedir o aumento da atividade.“O
nível baixo de atividade física e desportiva em Portugal é dramático.
Não é fácil pela exposição mediática, tem de haver uma atitude diferente
para podermos ter igualdade de oportunidades. Há 20 anos, viam-se mais
modalidades na televisão do que agora. É ao contrário do que devia ser.
Todos temos de estar imbuídos na cultura desportiva e temos de dar às
crianças a oportunidade de experimentar diversos desportos”, frisou.Já
Luís Sénica lembrou a criação, durante a pandemia, de um grupo de
trabalho que reuniu os responsáveis pelas quatro modalidades de pavilhão
e o futebol, a favor da causa comum do desporto, num momento em que se
perderam muitos desportistas.“Foi uma
causa muito descomplexada e natural, onde todos estávamos pelo mesmo
objetivo. Nenhum de nós é rival ou opositor, e todos percebemos o papel
do futebol. Os desafios não são contra o futebol, não podem ser. Eu
tenho o desafio acrescido de liderar diversas disciplinas de sucesso em
Portugal: hóquei em patins, skate, patinagem artística e de velocidade.
Somos uma potência dentro de um contexto internacional. Tenho de ter a
capacidade de fazer promover todas as outras disciplinas”, sublinhou.Se
Luís Sénica assume que a federação que lidera se considera “a NBA do
hóquei em patins”, o vice-presidente da Federação Portuguesa de
Basquetebol realçou que o alto investimento da Liga norte-americana e
das competições europeias “envolvem níveis de investimento
incomportáveis” para Portugal, o que se reflete depois nos resultados,
apontando ainda outras dificuldades, embora tenha existido um
crescimento recente.“Estamos a crescer e
esse sempre foi um dos grandes objetivos definidos, antecipando a
prática da modalidade ao investir nas gerações mais jovens. A questão
dos horários escolares demasiado pesados obriga-os a treinar a horas
tardias e condiciona a prática desportiva. Ao mesmo tempo, aperta o
período em que os pavilhões são utilizados. Às vezes, a qualidade é má,
seja por instalações insuficientes ou de má qualidade, seja por
dificuldades em ter treinadores qualificados para os escalões de
formação”, salientou.