Federação Nacional dos Médicos critica Governo por défice no preenchimento de vagas
16 de ago. de 2021, 11:37
— Lusa/AO Online
Num
comunicado enviado às redações, com base em dados fornecidos pelos
próprios candidatos ao concurso nacional, a FNAM sustentou que o défice
na fixação de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá
deixado “cerca de 200 mil utentes” sem um profissional dedicado ao seu
acompanhamento.A
falta de médicos de família é especialmente visível na região de Lisboa
e Vale do Tejo, que nem conseguiu preencher metade das 230 vagas
disponíveis, mas estendeu-se também às regiões do Alentejo (26 vagas) e
do Algarve (28), ambas com uma taxa de preenchimento inferior a 60%. Em
sentido inverso, o Norte alcançou 100% de preenchimento das 88 vagas
disponíveis e a região Centro conseguiu ocupar 85% das vagas.“A
responsabilidade é do Governo, que insiste em não apoiar devidamente o
SNS e os seus médicos de família, completamente assoberbados com listas
de utentes sobredimensionadas, num contexto em que é necessário
conciliar o acompanhamento habitual aos seus utentes com a recuperação
da atividade que não se realizou em 2020 e 2021, o atendimento e
rastreio de casos suspeitos de covid-19 nas Áreas Dedicadas a Doentes
Respiratórios e o apoio nos centros de vacinação”, referiu o sindicato
médico.Sublinhando
que esta situação tem “vindo a repetir-se nos concursos anteriores”, a
FNAM lembrou a necessidade de “investir diretamente em condições de
trabalho adequadas” para os médicos no setor público da Saúde, alertando
para o risco de se continuar a perder profissionais com elevados níveis
de qualificação.A
terminar, a FNAM vincou a urgência de o Ministério da Saúde retomar as
negociações com os diferentes sindicatos médicos “de forma séria e
ponderada”.