Federação dos Médicos apresenta contraproposta ao modelo de avaliação do Governo
Hoje 10:34
— Lusa/AO Online
A
Fnam refere em comunicado que se reuniu hoje com a ministra da Saúde,
Ana Paula Martins, para dar continuidade à negociação sobre a adaptação
do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho da
Administração Pública (SIADAP) à carreira médica.
Na reunião, a federação reiterou a sua posição de “modo claro”,
afirmando que “o modelo de avaliação proposto pelo Governo é injusto,
penalizador e agrava o bloqueio à progressão dos médicos do Serviço
Nacional de Saúde (SNS)”. Reafirmou
ainda a defesa da progressão automática pelas posições remuneratórias de
três em três anos, com a reposição do regime previsto no Decreto-Lei
n.º 73/90 e sem quotas na avaliação horizontal, lembrando que os médicos
já estão sujeitos a avaliação na progressão vertical pelas categorias.
A Federação Nacional dos Médicos diz que apresentou uma
contraproposta que visa introduzir maior transparência e equidade no
processo avaliativo. Entre as
alterações propostas, destaca a reposição da equipa de avaliação, em
substituição do modelo que atribui ao superior hierárquico direto a
avaliação exclusiva dos médicos, solução que a federação considera
“arbitrária e geradora de desigualdade”.A
Fnam defende ainda a reposição da possibilidade de ponderação curricular
sempre que a classificação atribuída não corresponda ao percurso
profissional do médico, mecanismo que deixava de existir na proposta
inicial do Ministério. A contraproposta
inclui também a revisão da grelha de avaliação curricular, com
ponderações mais justas e ajustadas à realidade dos médicos, tendo em
conta a diversidade de funções, contextos assistenciais e níveis de
responsabilidade no SNS.A Fnam afirma que
esteve “sempre disponível” para negociar a progressão horizontal dos
acordos coletivos de trabalho, pelo que considera inaceitável “a
imposição de um modelo de avaliação que, após anos de congelamento da
progressão e agravamento das condições de trabalho, penaliza os médicos e
compromete a valorização da carreira médica”.Defende ainda que “o futuro do SNS passa por médicos valorizados e por uma carreira justa e funcional”.