Federação dos médicos aciona mecanismos legais para garantir negociação coletiva
30 de dez. de 2024, 11:16
— Lusa/AO Online
A
Fnam adianta em comunicado que enviou ofícios à Direção-Geral do
Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e ao Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, bem como cartas ao primeiro-ministro e
ao Presidente da República, para que a ministra da Saúde, Ana Paula
Martins, cumpra a lei convocando a federação e as demais entidades
envolvidas para uma negociação que considere as contrapropostas
apresentadas.“Desde o início do mandato de
Ana Paula Martins os médicos têm enfrentado a recusa sistemática do
Ministério da Saúde (MS) em dar prioridade à negociação das tabelas
salariais para todos os médicos, bem como à duração e organização do
tempo de trabalho — medidas exigidas pela Fnam para garantir melhores
condições de segurança e saúde no trabalho”, salienta.Para
a federação, esta postura configura “uma grave violação da lei, da qual
o Ministério da Saúde não poderá alegar desconhecimento”.
“Não obstante várias interpelações, o MS recusou sistematicamente o
cumprimento do processo negocial com a FNAM, afirmando que a discussão
das tabelas salariais só ocorreria em 2025. Esta alegação é desmentida
pelos factos, uma vez que o MS está a negociar as tabelas com outra
estrutura sindical médica ainda em 2024”, realça.Enquanto
estrutura sindical que “mais médicos representa no Serviço Nacional de
Saúde”, a Fnam considera que “esta recusa reiterada em cumprir com os
procedimentos da negociação coletiva, além de ilegal, demonstra um
desrespeito total de Ana Paula Martins para com toda a classe médica, e
que prejudica, com dolo, o SNS”.A Fnam,
liderada por Joana Bordalo e Sá, reafirma a defesa de soluções que
atraiam e fixem médicos no SNS, que incluem “uma negociação séria e
transparente, assegurando salários base justos, melhores condições de
trabalho com revisão da jornada semanal para todos os médicos
especialistas e internos sem perda de direitos, bem como a devida
valorização e progressão na carreira”.Nas
cartas enviadas ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e ao Presidente
da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Fnam junta o requerimento do
Pedido de Conciliação para entidades oficiais, que visa permitir “um
conhecimento mais aprofundado das matérias em análise e essenciais à
melhoria do funcionamento do SNS, prioridade desta Federação Sindical”.