Federação de Pescas quer promoção da competitividade na próxima legislatura

Açores/Eleições

8 de out. de 2020, 10:06 — Lusa/AO Online

Em resposta a perguntas da agência Lusa, a propósito da legislatura que vai emanar das eleições legislativas regionais de 25 de outubro, Gualberto Rita especifica que a “promoção da competitividade do sector e a coesão económica e social das comunidades piscatórias são objetivos que devem estar sempre presentes na definição das políticas da pesca para os Açores nos próximos anos”.O sector das pescas constitui um dos pilares da economia açoriana, a par da agricultura e do turismo, gerando milhares de postos de trabalho com base numa frota pesqueira ainda muito artesanal, que tem vindo a ser reconvertida com apoios da União Europeia, usando-se artes de pesca amigas do ambiente.Gualberto Rita refere que o sector das pescas “em todo o mundo tem sofrido com a pandemia da covid-19 e os Açores não são exceção”.“Além disso, a nossa região enfrenta novos e complexos desafios relativamente à escassez de alguns recursos piscícolas. Esta conjuntura tem tido impactos socioeconómicos de relevo nas nossas comunidades e por isso estamos preocupados com as consequências a médio e longo prazo, dado que ainda vivemos num período de grande incerteza”, afirmou o dirigente.Gualberto Rita entende que há que “garantir uma exploração sustentável dos recursos, adequando os níveis de esforço da pesca à obtenção do máximo rendimento sustentável”.Daí que defenda que “continua a ser prioritária a elaboração de um plano estratégico para o abate de embarcações e artes de pesca, que contribua para o ajuste deste esforço às diferentes realidades de cada uma das ilhas”.Para o dirigente da FPA, é do “interesse comum a defesa das quotas para a região, relativamente às espécies mais rentáveis para o sector, defendendo com persistência um estatuto diferenciado para as regiões ultraperiféricas”.Gualberto Rita considerou ainda ser “muito importante para o equilíbrio socioeconómico das comunidades piscatórias regular as relações laborais entre pescadores e armadores, reduzindo a precariedade existente e proporcionando uma real equidade na distribuição dos rendimentos, contribuindo para a dignificação da profissão de pescador e da coesão social das comunidades”.As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.