Federação de Judo acorda com Governo e COP resposta a carta aberta de atletas
17 de ago. de 2022, 12:02
— Lusa/AO Online
A reunião entre as três partes, que juntou o governante João Paulo Correia ao
presidente do COP, José Manuel Constantino, e ao líder federativo do
judo, Jorge Fernandes, na sequência de uma carta aberta de sete judocas a
criticar o funcionamento da modalidade em Portugal e a denunciar um
“clima insustentável e tóxico”.Segundo
João Paulo Correia, que tornou pública a reunião e os resultados da
mesma na rede social Twitter, Fernandes “apreciou as sugestões
apresentadas pelo grupo de atletas”, levando a uma série de medidas
acordadas entre as partes, desde logo “corresponder ao pedido formulado
de que a participação em estágios internacionais, assim como competições
fora do país”, resultem de um planeamento acordado entre federação,
treinador e atleta.Segundo o secretário de
Estado, que também reuniu, posteriormente, com os atletas, foi acordado
“ajustar o valor pago a cada atleta para apoio à deslocação, de acordo
com as tabelas oficiais da administração pública”.Para
depois dos Mundiais de judo, que vão decorrer em Tashkent entre 06 e 13
de outubro, fica agendada “uma reavaliação do sistema de estágios
nacionais ouvindo os respetivos treinadores e selecionadores”.“Reunimos
também com o grupo de atletas que subscreveu a carta aberta, ao qual
foram transmitidas e debatidas as decisões da Federação Portuguesa de
Judo”, revelou João Paulo Correia.A carta é
subscrita por sete dos 10 atletas do projeto olímpico da modalidade:
Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio, Catarina
Costa, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes.Na
missiva, são muitas as críticas ao presidente da Federação Portuguesa de
Judo, Jorge Fernandes, acusado de discriminação e ameaças, no que dizem
ser um “clima insustentável e tóxico”.Um
dos pontos reiteradamente apontado pelos judocas, cinco dos quais são
atletas do Benfica, é a necessidade de efetuarem 70/80% dos 52 estágios
em Coimbra, o que, segundo os mesmos, lhes causa “desgaste emocional” e
impede de “participar em estágios internacionais e treinar com os
melhores”.Entretanto, Jorge Fernandes
rejeitou as críticas que lhe são feitas pelos sete judocas olímpicos,
assinalando que existe um modelo para a competição e que o mesmo é para
seguir.As reações têm surgido de vários
locais, entre eles da selecionadora Ana Hormigo, que se solidarizou com
os atletas, mas também da Associação de Atletas Olímpicos de Portugal,
que tomou a mesma posição.