Federação Agrícola reivindica "preço justo" no leite pago aos produtores açorianos
31 de jul. de 2024, 17:11
— Lusa/AO Online
"Toda
a gente sabe o que custa produzir cada litro de leite e é uma injustiça
tremenda o leite nos Açores não estar para cima de 50 cêntimos por cada
litro", afirmou Jorge Rita, em declarações aos jornalistas.Jorge
Rita, que é também presidente da Associação Agrícola da Ilha de São
Miguel, falava à margem da apresentação do festival 'AZores Beef Fest',
referindo que as ilhas Terceira e Graciosa são as mais penalizadas,
situação que considerou "extremamente desagradável para quem produz
leite lá"."É lamentável que o pagamento do
preço de leite ao produtor na Graciosa e Terceira tenha um diferencial
para cima de três cêntimos em relação a São Miguel", apontou.Segundo
Jorge Rita, "três indústrias em São Miguel anunciaram, e bem, a subida
do preço do leite, a partir de agosto” e, “embora não vá ao encontro das
pretensões dos produtores”, é “uma subida, o que é sempre positiva"."A
Unileite anunciou hoje, a Prolato já tinha anunciado e a Insulac também
já tinha anunciado e, obviamente, que a Bel também seguirá o mesmo
caminho. Isso são sinais positivos. Mas, é lamentável que na Terceira e
Graciosa, duas ilhas que estão ligadas à Lactogal, uma grande indústria
nacional que tem 51% da indústria da ilha Terceira e Graciosa, os
valores sejam inferiores", disse.Lamentando
"profundamente a falta de solidariedade da industria nacional" para com
as congéneres colocadas na região, o responsável defendeu, por outro
lado, que "o Governo Regional tem que impor como condição, também na
aprovação dos projetos destas industrias, que a matéria-prima seja paga
de forma justa".O aumento do preço dos
combustíveis foi outra das preocupações deixadas pelo dirigente
associativo, alertando para a subida de quatro cêntimos, a partir de
agosto, "numa altura em que os agricultores mais consomem combustível", o
que representa "também uma machadada nos agricultores". Jorge Rita deixou ainda como "grande preocupação" a "subida brutal nos custos dos agricultores", devido às taxas de juro.