Federação Agrícola dos Açores defende pacto nacional para o preço do leite
16 de abr. de 2021, 19:15
— Lusa/AO Online
Na sequência de uma
reunião do Centro Açoriano de Leite e Lacticínios (CALL), que contou com
a presença do presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, em
Ponta Delgada, Jorge Rita declarou que quer que o preço do leite “não
baixe a níveis a que as famílias da produção agrícola deixam de poder
tão pouco ser sustentáveis”.O dirigente
agrícola afirma que o pacto de regime “não pode passar apenas pela
vontade da produção, mas também pela indústria, distribuição e
comercialização e, essencialmente, pelo consumidor”.O
CALL é um fórum de debate das questões relacionadas com o setor dos
laticínios, onde têm assento todos os agentes da área, sob mediação do
Governo dos Açores.“Da forma como as
coisas estão, se não houver uma intervenção conjunta regional e
nacional, porque vende-se mais de 80% do leite no mercado nacional, não
vamos lá. Não podemos estar numa guerra de preços constante em que nem
ganha a indústria nem a produção", disse o líder da FAA.Para
Jorge Rita, essa situação "tem que ser invertida rapidamente para que
se possa continuar a viver com alguma dignidade, com rendimento e
sustentabilidade”, considerando que “há preços que são praticados que é
autêntico ‘dumping’”.O presidente da
Federação Agrícola dos Açores ressalvou que há também produtos que
chegam aos Açores “abaixo do preço de custo”, devendo o pacto de regime
apurar o que custa produzir cada litro de leite, não podendo o produtor
“vender leite abaixo do seu preço de custo”. O
presidente do Governo dos Açores afirmou, também em declarações aos
jornalistas, que no Centro Açoriano de Leite e Lacticínios sentiu que
“há condições” para haver um trabalho conjunto entre todos os agentes do
setor".José Manuel Bolieiro considerou
que o pacto de regime proposto é o “melhor sinal da disponibilidade para
passar das palavras aos atos”, tendo salvaguardado que a proposta “tem
características nacionais, mas pode-se, no quadro regional, definir um
pacto”, dando-se um “bom exemplo a partir dos Açores”. O
responsável pela indústria nos Açores subscreveu a iniciativa,
considerando que “todas as partes estão interessadas em valorizar o
leite e os seus produtos”, mas o pacto de regime “implica outras
condições como as condições de concorrência e de operacionalidade,
havendo muitos fatores que é preciso ter em conta para encontrar uma
forma de funcionar”.