Fecho da Av. da Liberdade (Lisboa) ao trânsito com' impacto até 20% na atividade económica'
17 de mai. de 2022, 16:44
— Lusa/AO Online
A
associação reuniu-se com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos
Moedas, a quem manifestou a sua discordância com as mudanças no trânsito
na cidade aprovadas pela autarquia na quarta-feira e que preveem a
proibição de circulação automóvel naquela artéria aos domingos e
feriados.A proposta, que foi apresentada
pelo Livre e aprovada pela oposição numa reunião privada do executivo
municipal liderado por Carlos Moedas (PSD), que governa o concelho sem
maioria, prevê também a redução em 10 quilómetros/hora (km/h) da
velocidade máxima de circulação permitida atualmente em toda a cidade.“É,
de facto, um impacto negativo muito grande a todos os níveis. A nível
do emprego, a nível da vida económica das empresas, após uma pandemia de
dois anos. Esta medida tem um impacto que se estima de 18 a 20% de
impacto negativo na atividade económica na avenida, e com muito impacto
sobretudo no emprego”, disse à Lusa Pedro Leal, presidente da associação
Avenida da Liberdade, que representa lojas, hotéis, restaurantes e
serviços.O representante da associação
sublinhou que nem todas as lojas da avenida abrem ao domingo, mas “as
lojas que abrem deixarão de abrir e as salas de espetáculos, que abrem
para várias sessões, deixarão de abrir ou farão apenas uma sessão”.“Aliás,
muitas das sessões ao domingo até são frequentadas por pessoas que vêm
de fora, consomem na avenida, às vezes até dormem nos hotéis e,
portanto, haverá um prejuízo muito grande a esse nível”, realçou.Pedro
Leal manifestou a Carlos Moedas a sua indignação por esta “medida
avulsa, pouco ponderada, que traz mais prejuízo do que vantagem”, uma
decisão tomada “sem qualquer base de diálogo ou mesmo de estudo de
mobilidade e de impacto”.“Ele também está
claramente contra esta medida, que não foi debatida com a população, que
não foi minimamente questionada sequer. Por outro lado, o presidente da
câmara manifesta um interesse em alargar um debate à sociedade para
encontrar soluções que tragam resultados para a diminuição da poluição,
[e aumento] de qualidade de vida na cidade”, acrescentou.A associação já pediu também reuniões com o PS e o Livre para manifestar esta insatisfação.“Acreditamos que serão tomadas outras iniciativas para levar à reversão desta decisão, que nos parece descabida”, destacou.Em
reunião privada do executivo camarário, a iniciativa "Contra a guerra,
pelo clima: proposta pela redução da dependência dos combustíveis
fósseis na cidade de Lisboa" foi aprovada com sete votos contra da
liderança PSD/CDS-PP, duas abstenções dos vereadores do PCP e oito votos
a favor: cinco do PS, um do Livre, um do BE e um da vereadora
independente eleita pela coligação PS/Livre.Entre
as medidas está a reativação do programa "A Rua é Sua", alargando a
outros locais da cidade e prolongando o período em vigor, nomeadamente
através da "eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade em
todos os domingos e feriados (anteriormente apenas último domingo de
cada mês)".Foi decidido ainda que o corte
do trânsito automóvel aos domingos deve ser alargado a todas as
freguesias, aplicando-se a "uma artéria central (ou mais) com comércio e
serviços locais, para que todos os fregueses de toda a cidade possam
experimentar fazer as suas deslocações de proximidade a pé de forma
segura e confortável sem necessitar do automóvel próprio", lê-se na
proposta do Livre, sugerindo também a promoção de consulta e
participação pública para a transformação definitiva dos espaços nas
diferentes freguesias, no sentido de alargar as áreas pedonais.