FBI suspeita de militar dos EUA Jack Teixeira na fuga de documentos confidenciais
13 de abr. de 2023, 18:17
— Lusa
Os
investigadores do FBI acreditam que este militar, especialista em
informações, era o administrador de um grupo nas redes sociais digitais
onde os documentos começaram a ser divulgados, na passada semana.Jack
Teixeira, de 21 anos, natural de Swansea, estado de Massachusetts,
deverá prestar declarações por suspeita de divulgação de documentos
confidenciais.De acordo com o jornal The
New York Times, agentes do FBI já estão a fazer buscas na casa do
militar, que seria o administrador de um grupo na rede social Discord –
uma plataforma de jogos ‘online’ – que reúne cerca de três dezenas de
pessoas, a maioria jovens que partilham o gosto por armas e videojogos.O
Departamento de Defesa ainda não confirmou a identidade do suspeito,
limitando-se a emitir um comunicado em que reconhece que há “uma
investigação sobre o alegado papel desempenhado por um soldado da Guarda
Aérea Nacional na divulgação de documentos altamente confidenciais”.Horas
antes, as autoridades dos EUA tinham informado que estavam mais perto
de descobrir a origem da fuga de documentos militares confidenciais, com
dados sensíveis sobre a guerra na Ucrânia.O
Departamento de Justiça norte-americano e o FBI estão há vários dias a
investigar a origem da fuga de informações confidenciais do Pentágono,
que foi relatada pela primeira vez na passada semana.No
início desta semana, um porta-voz do Pentágono reconheceu que as
revelações feitas por esses documentos representam um “risco muito sério
para a segurança nacional”, e o Departamento de Justiça abriu uma
investigação para identificar a pessoa responsável.“Estamos
cada vez mais perto (de descobrir a origem da fuga)”, admitira já hoje o
Presidente Joe Biden, acrescentando que, embora estivesse preocupado
com a divulgação de documentos confidenciais, não há nada neles que
considere “de grande importância".As
autoridades norte-americanas admitem que a fuga tenha começado na
Internet, na Discord, uma plataforma de redes sociais popular entre
pessoas que jogam ‘online’. A Discord
acolhe ‘chats’ de voz, vídeo e texto em tempo real para grupos e
descreve-se como um ‘site’ “onde se pode pertencer a um clube escolar,
um grupo de jogos ou uma comunidade artística mundial”.Num
desses fóruns - originalmente criado para tratar de diversos assuntos -
os membros debatiam a guerra na Ucrânia, quando um membro não
identificado compartilhou documentos que alegou serem classificados.Esses documentos acabariam por ser reconhecidos como contendo informações confidenciais do Pentágono.A
pista digital deixada na Discord está a ajudar os investigadores a
descobrir quem revelou os documentos, tendo levado até ao administrador
do grupo, Jack Teixeira. Na maioria das
fotografias de documentos divulgados, as fotos são de cópias em papel
que parecem ter sido dobradas em quatro – como se tivessem sido enfiadas
no bolso e depois digitalizadas, o que poderá servir de pista para a
investigação.Nos dias a seguir à revelação
dos documentos, o Pentágono remeteu para o Departamento de Justiça a
investigação sobre a origem da fuga, alegando que se tratava de uma
questão criminalMesmo que a pessoa que
procedeu à divulgação dos arquivos seja um membro ativo das Forças
Armadas dos EUA – como parece ser o caso, com o nome deste membro da
Guarda Aérea Nacional - o Departamento de Justiça manterá a condução das
investigações, até que, perante essa hipótese, a situação seja
comunicada ao Departamento de Defesa.Foi
assim que sucedeu em casos criminais anteriores envolvendo militares,
como quando dois fuzileiros navais de Camp Pendleton, na Califórnia,
foram detidos por acusações de tráfico de drogas, em 2020.