Farol mais ocidental da Europa fica nos Açores e assinalou 100 anos
29 de jan. de 2025, 10:07
— Lusa/AO Online
“É
um dos faróis icónicos dos 53 faróis que iluminam a nossa costa”, disse à agência Lusa Pedro Castro, referindo-se ao território entre o
continente português e os arquipélagos dos Açores e da Madeira.Questionado sobre o futuro do
equipamento centenário, o diretor de faróis da AMN respondeu que há uma
certeza: “Nós vamos continuar a ter o farol a funcionar”.“Está
mais do que provado que [os faróis] continuam, apesar de todos os
automatismos e [de] toda a eletrónica, a ter um papel muito importante
na segurança da navegação. E eu, como diretor de faróis, com as
instruções que também recebo superiormente, [estou] a tentar garantir a
manutenção deste extenso património que são todos os faróis, os seus
edificados, para o futuro”, justificou o comandante.De
um modo geral, Pedro Castro admitiu que o caminho destes equipamentos
também passará pelo estabelecimento de parcerias “com as entidades
locais e outras” e por “haver outros aproveitamentos” das instalações,
indicando que já existem “vários casos de sucesso” a nível nacional,
como acontece com o farol museu de Santa Marta, em Cascais (distrito de
Lisboa).No caso do farol do Albarnaz,
situado num lugar “muito inóspito” da ilha das Flores, a Junta de
Freguesia e a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores manifestaram
interesse em construir um miradouro junto ao edifício, admitindo o
responsável que no futuro se possa fazer um protocolo de cedência do
terreno para essa utilização.Segundo o diretor de faróis da AMN, o farol centenário da ilha das Flores tem três faroleiros na sua guarnição. A
nível nacional os faroleiros estão divididos em três quadros: Açores,
Madeira e continente. Como desde 2018 não havia cursos de faroleiros,
verificou-se uma degradação dos quadros. No caso dos Açores, o
responsável indicou que o quadro compreende 34 faroleiros e “está com
28, o que, para distribuir pelos 16 faróis que existem nas ilhas, é
francamente reduzido”.“Felizmente, já
temos a decorrer um curso de faroleiros, dos quais cinco estão já
destinados para os Açores e, em breve, irá abrir um novo curso onde
poderemos, então, completar o quadro previsto para a lotação do quadro
dos Açores dos tais 34”, disse.A primeira
responsabilidade que os faroleiros têm, lembrou Pedro Castro, é a
manutenção do equipamento e o assinalamento marítimo. No entanto,
acrescentou, “até se costuma dizer que o faroleiro é um homem dos sete
ofícios”. “Porque é um técnico de
assinalamento marítimo, mas faz todas as tarefas. Isto na tradição do
isolamento que havia, que agora, felizmente, já não é assim tanto, mas,
por isso, eles acabam por ser carpinteiros, eletricistas, pintores e
também relações públicas, quando estão a receber as pessoas”, indicou.O farol centenário da ilha das Flores recebe visitas gratuitas às quartas-feiras de tarde.Segundo
Pedro Castro, o equipamento irá integrar a futura Rota Europeia de
Faróis, fundada em 07 de setembro de 2023 por Portugal, França, Países
Baixos, Noruega, Estónia, Irlanda e Alemanha, para promover
turisticamente os faróis e fomentar a criação cultural e artística. Segundo
a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, da ponta do Albarnaz, onde
se situa o farol, “goza-se de uma paisagem fenomenal sobre a costa
oeste do concelho”.