Famílias carenciadas vão ter 'vouchers' para melhorar eficiência energética dos edifícios
OE2021
3 de nov. de 2020, 11:54
— Lusa/AO Online
“Nos 400 milhões [de euros] que aí vêm para o
investimento na eficiência energética dos edifícios, parte dessa verba
será posta no mercado, mas outra não, vai haver ‘vouchers’ para as
famílias mais necessitadas”, disse o ministro do Ambiente e da Ação
Climática, João Pedro Matos Fernandes, que respondia a uma pergunta da
deputada do Partido Social Democrata (PSD) Filipa Roseta, na Assembleia
da República, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de
Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).“Não
estou a dizer que podem ser feitos esses investimentos a 100%, mas sim,
em alguns casos vai ter de haver um ‘voucher’ adiantado e isso está
previsto”, acrescentou o governante.O PSD
anunciou em agosto que ia propor que o Estado financie a 100% obras de
melhoria da eficiência energética em cerca de 150 mil habitações de
famílias de baixos rendimentos, como parte do programa estratégico para a
década que estava a preparar.De acordo
com um comunicado enviado então pelo partido, no âmbito daquele plano
estratégico, seria proposto um subprograma de combate à pobreza
energética das famílias, que se materializa no financiamento da
totalidade das obras necessárias para melhorar a eficiência energética,
em pelo menos dois níveis, de cerca de 150 mil habitações de famílias
mais necessitadas.“Com esta medida não só
se reduz para os próximos 20 anos a despesa em eletricidade e gás destas
cerca de 150 mil famílias, como melhora a qualidade de vida destas
pessoas (potencialmente mais de meio milhão de pessoas)”, referia o
comunicado.“Portugal é um país com baixos
níveis de eficiência energética, e consequentemente, com elevados
valores de pobreza energética e intensidade energética. Nesse sentido, o
PSD propõe desde já um programa vasto de melhoria da eficiência
energética, alocando a esse programa uma parte significativa dos 30% de
fundos do EU Recovery Program que têm de ser afetos a medidas de
transição energética”, sublinhava o partido.Em
21 de julho, os dirigentes da União Europeia chegaram a acordo sobre um
plano de recuperação para a Europa, proposto em maio pela Comissão
Europeia e que visa ajudar a reparar os danos económicos e sociais
causados pela pandemia de covid-19.Matos Fernandes
garantiu, ainda, que o processo de venda de seis barragens da EDP, no
Douro, “está a ser visto com especial cuidado”.Em
causa está o processo da venda de seis barragens da EDP - Energias de
Portugal, por cerca de 2.200 milhões de euros, a um consórcio composto
pela Engie, Mirova e Crédit Agricole, aprovada em março pela Comissão
Europeia, mas que precisa ainda de autorização da Agência Portuguesa do
Ambiente (APA) para avançar.“Estou na
expectativa de que a APA esteja perto da conclusão da sua análise, onde
os interesses locais não podem deixar de estar contemplados”, apontou o
ministro.