Falta de recursos humanos é o maior desafio dos Cuidados Paliativos
16 de out. de 2024, 09:39
— Carolina Moreira
A médica responsável pela Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital do
Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, Maria do Rosário Vidal,
afirma que a falta de recursos humanos formados na área são o maior
desafio do momento, mas enaltece o “trajeto” percorrido no maior
hospital da Região.Numa análise sobre o estado atual dos cuidados
paliativos na ilha, Maria do Rosário Vidal salienta que o “trajeto no
HDES foi muito, muito difícil, porque os recursos humanos têm que ter
especialização e dedicação a tempo inteiro a esta área”.“Os
profissionais têm que ter tempo para se formarem e fazerem cuidados
paliativos de qualidade. E numa altura em que esses recursos são
necessários para outras áreas, como a Urgência por exemplo, percebo que
para quem mande seja difícil direcionar os profissionais para os
cuidados paliativos, porque há muitas outras necessidades”, afirma.Contudo,
a responsável considera que “jamais se apagará esse conhecimento que já
está implementado e enraizado em São Miguel sobre os cuidados
paliativos. Já estão estruturados e são reconhecidos pelos seus pares a
nível nacional”, destaca.Maria do Rosário Vidal ressalva ainda ter
esperança de que a reestruturação planeada para o HDES atribua “melhores
condições” à Unidade de Cuidados Paliativos que lidera. “Temos um
espaço relativamente digno, mas temos fé que com a reestruturação do
HDES possa ainda evoluir para condições melhores, para podermos fazer
investigação e formação - e já temos um papel na Universidade dos Açores
que queremos aumentar”, salienta.A responsável admite o desejo de
“crescer no atendimento assistencial e no espaço” da Unidade, uma vez
que atualmente há necessidade de “uma gestão muito rigorosa dos espaços
para agendar todas as consultas”. “No entanto, nos internamentos,
temos quartos individuais e casa de banho privativa. Damos o mínimo de
dignidade aos doentes e às suas famílias”, ressalva.