Falha em meta do PRR não afeta verbas para os Açores
29 de mar. de 2023, 17:43
— Lusa/AO Online
“Esta
matéria não tem nada a ver com a vinda de verbas para os Açores. No
caso dos Açores, esta meta de classe A, como outras no PRR, agora no
âmbito da reprogramação, serão reordenadas no seu escalonamento”,
declarou Duarte Freitas aos jornalistas na sede da secretaria das
Finanças, em Ponta DelgadaNa terça-feira, a
presidente da Comissão Especializada de Acompanhamento do PRR do
Conselho Económico e Social dos Açores apontou “como outra importante
novidade que é preciso acautelar, havendo reservas e tomando medidas
para resolver, tem a ver com o facto de ser a primeira vez que o
PRR/Açores regista um não cumprimento de um marco e metas do grupo A,
que garantem o pagamento dos pedidos de reembolso por parte da Comissão
Europeia”.Em causa está a construção do
Tecnopolo Martec, uma vez que “o contrato de adjudicação da empreitada
já devia ter sido celebrado” no último trimestre de 2022, mas o concurso
público ficou deserto, de acordo com Alexandra Bragança.Hoje,
o secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública do
Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) afirmou que o aumento dos custos de
produção está a atrasar a execução da aplicação do PRR na região, no
país e na Europa.“A parte que competia ao
Governo dos Açores foi cumprida: foi lançar o concurso. Como ele ficou
deserto, é evidente que não se pode continuar e por isso falhou-se essa
meta”, justificou.Duarte Freitas realçou
que o executivo açoriano e o Governo da República estão a “trabalhar” na
reprogramação do PRR para “afinar os marcos e metas” para os tornar
“mais razoáveis”.“O PRR está a decorrer
com os problemas que temos aqui nos Açores, em Portugal e na Europa, mas
com essa reprogramação serão resolvidas boa parte das questões”,
reforçou, adiantando que o Governo da República quer colocar a
reprogramação do PRR em consulta pública em abril.Destacando
que o Tecnopolo Martec e “outros projetos vão ser reanalisados” no
âmbito de reprogramação do PRR, Duarte Freitas defendeu que a o
Orçamento da Região “não pode ficar refém” dos projetos daquele plano.“O
Orçamento Regional não pode ficar refém dos compromissos do PRR. Neste
caso do Martec, se em vez de custar 11 milhões de euros passar a custar
20, por exemplo, o PRR só dá a verba definida. O que custar a mais é
para o Orçamento da Região”, explicou.Na
terça-feira, foi anunciado que os Açores não vão receber os 80 milhões
de euros de reforço do PRR mas sim 64 milhões, ficando 16 milhões para
as organizações açorianas no âmbito de concursos nacionais.Hoje,
o secretário regional das Finanças disse discordar daquela “lógica”,
defendendo que a verba deveria ser toda atribuída à gestão da região.“É
uma situação que o Governo dos Açores discorda há muito tempo. Na
reunião que tive com a senhora ministra de Estado da Presidência
disse-lhe de novo que discordávamos, mas o Governo da República
insiste”, criticou.