Exposição em Ponta Delgada inaugura centenário de Cunhal nos Açores

A exposição “Álvaro Cunhal: Vida, pensamento e luta, exemplo que se projeta na atualidade e no futuro” estará patente no Centro Cultural de Santa Clara até sexta-feira, seguindo depois para outras duas ilhas, Terceira e Faial. Existe ainda a possibilidade de ser também exibida no Pico, disse à agência Lusa o líder do PCP/Açores, Aníbal Pires. Na abertura da exposição, o também deputado na Assembleia Regional dos Açores explicou que as comemorações no arquipélago do centenário de Álvaro Cunhal, que faria cem anos a 10 de novembro de 2013, incluem ainda um “conjunto de iniciativas”, como “encontros e debates”, sendo o objetivo “assinalar” o aniversário do líder histórico dos comunistas em todas as nove ilhas açorianas ao longo deste ano. Aníbal Pires destacou que Álvaro Cunhal é uma das personalidades que marcou o século XX português e considerou que a sua “memória só pode ser renovada e homenageada com a continuação da luta a que entregou toda a sua vida”. Álvaro Cunhal “é um exemplo para quem luta pelo ideal em que as pessoas são o centro do desenvolvimento e só a cultura torna o ser humano verdadeiramente livre”, acrescentou, antes de apelar à “continuação da luta dos trabalhadores e dos povos pela sua emancipação”. O PCP lançou a 19 de janeiro passado as comemorações do centenário de Álvaro Cunhal, que preveem a realização de centenas de iniciativas em todo o país durante um ano, incluindo um congresso a 26 e 27 de outubro, na Faculdade de Letras de Lisboa, e “uma grande exposição” entre 27 de abril e 02 de junho, no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, em Lisboa. Ao longo deste ano será ainda editado o 'IV Tomo das Obras Escolhidas' e uma fotobiografia e serão lembrados alguns momentos da vida de Cunhal, como a prisão no Luso (24 de março), o julgamento (através de uma peça de teatro que estreará em Almada a 25 de abril) ou a fuga do forte de Peniche, a 03 e 04 de janeiro de 2014, com que o PCP encerrará estas comemorações. Cunhal nasceu em Coimbra a 10 de novembro de 1913. Membro do PCP desde 1931, foi eleito secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas em 1935. Participou na reorganização do PCP em 1940/41 e foi membro do Secretariado de 1942 a 1949, quando foi detido, passando toda a década de 1950 preso. Fugiu da prisão de Peniche em 1960 e chegou a secretário-geral do PCP em 1961, cargo que abandonou em 1992, passando então a presidente do Conselho Nacional do PCP, organismo extinto em 1996. Morreu a 13 de junho de 2005, aos 92 anos.