Autor: Rafael Dutra
Os Açores registaram, no 1.º trimestre de 2025, uma melhoria no que diz
respeito ao comércio internacional, face ao aumento no valor gerado com
as exportações de bens e uma diminuição no total de importações, no
entanto o saldo verificado neste período foi negativo, de acordo com
dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA).
Com base
no boletim trimestral do gabinete de estatística regional, é possível
observar que as exportações de bens açorianos atingiram 43,7 milhões de
euros, o que equivale a uma subida de 21,5%em termos homólogos.
Já as importações, que atingiram os 46,7 milhões de euros, representam uma diminuição homóloga de 60,9%.
Apesar da subida das exportações e do decréscimo das importações, o saldo verificado foi negativo em 3 milhões de euros, tal como o saldo do trimestre homólogo, embora este tenha sido muito superior (83, 6 milhões de euros). Não obstante, o saldo do trimestre anterior foi positivo em 4 milhões de euros.
“Relativamente aos países intracomunitários, os Açores registaram um saldo positivo de 5,3 milhões de euros (36,0 milhões de euros de exportação contra 30,7 milhões de euros de importação)”, refere o SREA.
Já no que se refere aos países extracomunitários, os Açores registaram um saldo negativo de 8,3 milhões de euros (7,7 milhões de euros de exportação contra 16 milhões de euros de importação).
Quanto aos grupos de produtos transacionados, os que representaram a maior percentagem no total quer da entrada (62,2%) quer da saída (51,1%) foram os produtos alimentares e bebidas.
“Na saída,
é de destacar igualmente o peso dos produtos da pesca, 14,1%,
representando 6,2 milhões de euros”, é possível ler no documento
consultado pelo Açoriano Oriental.
Refere-se ainda que, neste
trimestre, o comércio internacional foi sobretudo intracomunitário,
65,8% na entrada e 82,4% na saída.
Em relação à saída de carne bovina para o exterior dos Açores, no trimestre em análise, saíram 2078 toneladas de carne, oriundas de 13.024 animais, sendo que verificou-se um decréscimo no peso (-19%), mas um aumento homólogo no número de animais (+13,7%) que saíram da Região.
Relativamente ao gado vivo, saíram 2413 cabeças de gado, o que representa um pouco mais do dobro (101,3%), face ao trimestre homólogo.
“Este aumento foi justificado pelas seguintes classes de animais: bovinos com menos de oito meses (cerca de cinco vezes mais), bovinos com oito meses a um ano de idade (mais que triplicou), bovinos com um ano a dois anos de idade (29,8%) e bovinos com mais de dois anos (23,3%)”, explica o SREA.
Também a indústria conserveira registou resultados positivos neste período, tendo em consideração que as 3.802 toneladas de conservas e preparados de peixe, com um valor de 21,9 milhões de euros, representaram relativamente ao mesmo período do ano anterior, acréscimos de 47,0% em volume e de 11,5%, em valor.
“Quanto à saída de conservas e
preparados de peixe por mercados de destino, em valor, verifica-se que
75,3% saiu para o país (16,5 milhões de euros), 15,3% para a União
Europeia (3,3 milhões de euros) e 9,4% para Países Terceiros (2,0
milhões de euros)”, é possível ler no relatório do SREA.