Exportação de animais vivos “nunca” vai acabar nos Açores
27 de mai. de 2021, 06:21
— Lusa/AO Online
“Nos Açores, a
atividade de exportação de animais em vivo não pode acabar nunca. Não
pode acabar nunca porque nós temos um melhoramento genético, temos de
nos afirmar como uma região exportadora de melhoramento genético”,
declarou Ventura.O secretário regional do
executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM falava em Ponta Delgada após
uma reunião com a Federação Agrícola dos Açores, onde também participou o
secretário dos Transportes, Mota Borges.António
Ventura destacou que a “exportação de animais de qualidade genética”
será uma das “vertentes da nova pecuária” dos Açores, seja de animais
para a produção de leite ou de carne.A 13
de maio, o líder e deputado regional do PAN/Açores, Pedro Neves, disse
querer acabar com o transporte de animais da pecuária para fora da
região devido às “evidentes perturbações” que uma viagem de longo curso
implica.Na reunião, o secretário regional
criticou o “fundamentalismo” e o “radicalismo” daqueles que defendem o
fim da exportação de animais vivos.“Há uns
fundamentalismos aí que não têm conhecimento e sensibilidade para
perceber que a exportação em vivo tem de continuar. Nós somos contra
esse radicalismo, contra esse fundamentalismo, contra esse
aproveitamento da sensibilidade dos cidadãos", atirou.E
reforçou: “nós não podemos humanizar os animais, os animais de produção
têm regras e os próprios animais de companhia têm outras regras. A
exportação em vivo é algo que na região autónoma dos Açores, com este
Governo Regional, é para continuar de forma afirmativa”.António
Ventura disse ainda ser “fundamental” para a fileira agrícola que
exista um “sistema de transportes regular e de preços acessíveis”.O
presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considerou
“fundamental” aumentar a “situação de previsibilidade” nos transportes
marítimos, alertando que existem “dificuldades” nas ilhas de menor
dimensão para a exportação de gado.“Para
nós, é fundamental melhorar o rendimento dos agricultores por via das
suas exportações. Há ilhas que têm um impacto brutal na sua economia que
tem a ver com a exportação dos seus animais vivos e abatidos”, afirmou.Jorge
Rita defendeu ainda a aplicação de indemnizações compensatórias no
transporte marítimo, a cargo do Governo da República, para que “todos os
produtos exportados” cheguem com o “mesmo preço a todas as ilhas”
açorianas.O secretário dos Transportes,
Mário Mota Borges, reforçou que o novo “plano dos transportes marítimos
de mercadorias para os Açores está a seguir o seu caminho”, referindo
que “dentro deste ano” serão conhecidas as conclusões.Questionado
pela agência Lusa sobre a entrada em vigor da Tarifa Açores, Mota
Borges referiu que “oportunamente” será dada uma conferência de imprensa
sobre o assunto, mas não quis avançar se a conferência será realizada
antes ou depois de 01 de junho.No final de março, o Governo Regional anunciou que a Tarifa dos Açores iria entrar
em vigor a 01 de junho, permitindo que os residentes viajem via área
entre as ilhas por 60 euros ida e volta, mas, para já, os preços ainda
não foram atualizados na plataforma de reservas online da SATA.