Experiência com sistema fixo para agregação de peixe no Banco Condor poderá beneficiar pescadores
19 de jul. de 2018, 20:00
— Susete Rodrigues/AO Online
Luís Rodrigues, que
falava, na Horta, num workshop no âmbito do projeto ORFISH, citado em nota do gacs, disse ainda que se trata de “um sistema inovador e ambientalmente favorável. Se esta experiência funcionar, este sistema fixo agregador de peixe poderá vir a ser colocado noutros locais”.
Luís Rodrigues defendeu
que estes sistemas, constituídos por um conjunto de boias, com refletor
de radar, poderão “permitir aos pescadores poupar tempo e combustível à
procura de peixe”, acrescentando que, desta forma, “há uma poupança
económica, mas também ambiental”.
“Evitam-se os gastos
com o combustível, reduzindo, desta forma, a produção de gases de
estufa”, disse o Diretor Regional, salientando que esta experiência
poderá ter “particular interesse na pescaria do atum” no Mar dos Açores.
Os peixes pelágicos,
como atum, dourado e lírio, tendem a concentrar-se debaixo de objetos
flutuantes, como, por exemplo, troncos ou boias perdidas, e o que se
pretende é “compreender melhor este comportamento, através de um sistema
agregador fixo de peixe”, afirmou.
Luís Rodrigues
salientou que a escolha do Banco Condor como local para este ensaio se
deve ao facto de ser “uma área protegida e que tem servido de
‘laboratório’ para muitas experiências de investigação científica desde
2009”.
A responsabilidade da
construção e da monitorização desta nova tecnologia agregadora de peixe
estará a cargo da SeaExpert, uma empresa de serviços e consultoria na
pesca, e terá o acompanhamento da Direção Regional das Pescas.
Coordenado pelo Governo
Regional de Guadalupe, o projeto ORFISH, com a duração de um ano,
envolve as Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, nomeadamente
Açores, Madeira, Guadalupe, Martinica, Canárias, Guiana Francesa,
Reunião e Mayotte, através da parceria entre entidades privadas,
institutos de investigação e entidades governamentais.
Os Açores participam
neste projeto a vários níveis, com destaque para a disseminação de
tecnologia de pesca mais seletiva e sustentável, sendo que o primeiro
workshop se realizou em Terre-Basse, Guadalupe, em outubro de 2017.
O encontro que decorre
até quarta-feira na Horta tem como principal objetivo a preparação da
experiência com o sistema de agregação fixo de pescado no Banco Condor, e
conta com a presença de Nicolas Diaz, representante da Região de
Guadalupe, que vai apresentar a experiência realizada com estes
dispositivos no mar das Caraíbas.
O ORFISH visa manter e
diversificar a atividade da pesca artesanal, evitando a pressão sobre os
recursos costeiros, através da troca de conhecimento e inovação
tecnológica entre as Regiões Ultraperiféricas e resulta de uma decisão
estratégica para a sustentabilidade, de acordo com a nova Política Comum
de Pesca.