"Exército resolverá problema se Kiev recusar exigências russas "
27 de dez. de 2022, 12:53
— Lusa/AO Online
“As
nossas propostas para a desmilitarização e desnazificação dos
territórios controlados pelo regime [de Kiev], a eliminação das ameaças à
segurança da Rússia que daí emanam, (…) são bem conhecidas do inimigo”,
disse Lavrov numa entrevista à agência estatal russa TASS.Lavrov
disse que as ameaças à segurança da Rússia incluem as regiões de
Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, que Moscovo declarou como
anexadas em 30 de setembro, numa decisão não reconhecida por Kiev nem
pela generalidade da comunidade internacional.O
ministro dos Negócios Estrangeiros russo considerou que perante as
exigências de Moscovo as autoridades ucranianas só deverão ter uma
atitude, que é satisfazê-las “de boa vontade”.“Caso contrário, o exército russo resolverá o problema”, afirmou.Quanto
à continuação da guerra na Ucrânia, “a bola está no campo” de Kiev e
Washington, que está por detrás do Estado ucraniano, disse Lavrov,
citado pela agência espanhola EFE.No fim
de semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia estava
pronto para “negociar com todas as partes envolvidas sobre soluções
aceitáveis” na Ucrânia.“Não somos nós que nos recusamos a negociar, são eles”, disse o líder russo.Ao
lançar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, Putin disse
que a operação visava, entre outros objetivos, “desmilitarizar e
desnazificar” o país vizinho.Moscovo tem
reafirmado que não vai parar a guerra até atingir os seus objetivos,
enquanto Kiev diz que as negociações não são possíveis até que os russos
se retirem de todo o seu território, incluindo a península da Crimeia,
anexada em 2014.Na entrevista à TASS,
Lavrov disse que os Estados Unidos são o “principal beneficiário” do
conflito, tanto em “termos económicos como militares-estratégicos”Lavrov
disse que o objetivo estratégicos dos Estados Unidos e dos seus aliados
da NATO é uma vitória no campo de batalha “como mecanismo para
enfraquecer significativamente ou mesmo destruir” a Rússia.“Ao
mesmo tempo, Washington está também a resolver uma importante questão
geopolítica: quebrar os laços tradicionais entre a Rússia e a Europa e
subjugar ainda mais os satélites europeus”, afirmou.Lavrov
disse que a Ucrânia recebeu mais de 40.000 milhões de dólares (mais de
37.500 milhões de euros, ao câmbio atual) em equipamento militar desde
fevereiro, “incluindo armas que ainda não foram adotadas pelos próprios
exércitos ocidentais, aparentemente a fim de ver como funcionam em
condições de combate”.Acusou o Presidente
ucraniano, Volodymyr Zelensky, de tentar tudo para arrastar a NATO para
um confronto direto com o exército russo, incluindo a “provocação de 15
de novembro”, com a queda de um míssil de defesa ucraniano na Polónia.“É
bom que Washington e Bruxelas tenham sido suficientemente espertos para
não caírem neste truque. Mas o incidente mostrou que o regime [de Kiev]
não vai parar por nada”, afirmou.Desconhece-se
o número exato de baixas civis e militares em dez meses de guerra na
Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será
elevado.