Excesso de peso infantil nos Açores supera a média nacional
20 de dez. de 2017, 13:35
— Lusa/Miguel Bettencourt Mota
Mas, em face dos resultados globais, a bastonária da
Ordem dos Nutricionistas considerou hoje “claramente positiva” a redução
do excesso de peso das crianças entre os 6 e os 8 anos, apesar de ter também sublinhado que a melhoria é insuficiente, porque 30,7% continuam com quilos a mais.“Desde
2008 até à atualidade temos uma redução de 7,2% da prevalência de
excesso de peso das crianças entre os 6 e os 8 anos, o que é claramente
positivo e podemos dizer que estamos na direção certa, mas os resultados
ainda são insuficientes porque de facto temos 30,7% das crianças com
peso a mais”, disse Alexandra Bento à agência Lusa.Alexandra
Bento comentava desta forma os resultados do sistema de vigilância que
analisa o estado nutricional infantil (COSI), que registou em 2016 uma
diminuição nos três indicadores: obesidade, excesso de peso e baixo
peso.Os
resultados do COSI 2016, que avaliou 6.745 crianças das 230 escolas do
primeiro ciclo do Ensino Básico, indicam que 30,7% tinham excesso de
peso (31,6% em 2013), 11,7% eram obesas (13,9% em 2013) e 0,9% tinham
baixo peso (2,7% em 2013).Para
a bastonária, estes resultados apontam que se está “na direção certa”,
na redução da prevalência do excesso de peso e da obesidade.Contudo,
“ainda são insuficientes, o que nos deve motivar para apostarmos com
mais força, com mais vigor, em medidas que sejam preventivas, desenhadas
intencionalmente para estas crianças” para que possam comer melhor e
ter um peso adequado.“O
que desejamos é que num espaço de tempo, o mais curto possível,
possamos dizer que Portugal compara com os países do norte da Europa”,
que têm os melhores resultados nesta área.O estudo demonstra também que “os hábitos alimentares das crianças continuam a não ser os adequados”, disse Alexandra Bento.“Há mais consciência do problema, o que não quer que haja mais ação” para o contrariar”, frisou.O
que se verifica é que as crianças que têm peso a mais são filhas
maioritariamente de adultos que também têm peso a mais, o que mostra que
“os hábitos em casa não são adequados para que se tenha uma alimentação
correta”.Para
Alexandra Bento, o ambiente familiar e o ambiente escolar “devem
merecer grande atenção” e “o Estado terá que liderar uma grande ação no
sentido de melhorar os hábitos alimentares das crianças”, defendeu.Coordenado
cientificamente e conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge (INSA), em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS),
o COSI produz dados comparáveis entre países da Europa e permite a
monitorização da obesidade infantil a cada dois, três anos.