Ex-trabalhadores da Cofaco no Pico continuam sem majoração de apoios sociais
30 de abr. de 2019, 11:19
— Lusa/AO Online
“Esta
resolução, aprovada por unanimidade, foi motivada pela preocupação
suscitada com as consequências sociais do encerramento da empresa
conserveira Cofaco, na ilha do Pico. Sucede que, até à presente data,
nada foi feito com vista a garantir a sua aplicação”, afirmou o
coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e
Similares, Comércio, Escritório e Serviços (SABCES) dos Açores, Vítor
Silva, numa conferência de imprensa na Madalena, na ilha do Pico.Em
maio de 2018, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco, encerrou a
fábrica da ilha do Pico, despedindo 162 trabalhadores, com o
compromisso de abrir uma nova fábrica até janeiro de 2020, com
capacidade inicial para 100 trabalhadores e a possibilidade de aumentar o
efetivo até 250. Face ao impacto previsto
do despedimento coletivo na economia da ilha do Pico, a Assembleia da
República aprovou, por unanimidade, em julho de 2018, uma resolução
proposta pelo PCP que previa a criação de um “regime especial e
transitório de facilitação de acesso, majoração de valor e prolongamento
de duração de apoios sociais aos trabalhadores em situação de
desemprego” na ilha. Segundo Vítor Silva,
se a resolução publicada em Diário da República em agosto de 2018 não
for, entretanto, aplicada, alguns dos ex-trabalhadores da Cofaco
deixarão de receber o subsídio de desemprego em junho e algumas famílias
correm risco de “ficar sem qualquer fonte de rendimento”. “Ficamos
perante uma situação inaceitável e que prejudica os trabalhadores e as
suas famílias, mas acima de tudo a ilha do Pico, contribuindo para o
retrocesso social e económico das ilhas do Triângulo [Faial, São Jorge e
Pico] e consequentemente da região”, salientou.Sem
medidas para minorar o efeito da redução do poder de compra dos 162
trabalhadores despedidos da conserveira, o sindicalista disse que a ilha
do Pico fica “na iminência de uma catástrofe económica e social de
grandes proporções”, alegando que os efeitos se “agravarão com o
aprofundar do círculo vicioso de recessão e de aumento do desemprego”.O
SABCES/Açores vai solicitar reuniões com os partidos com assento na
Assembleia Legislativa da Região e com os deputados eleitos pelos Açores
à Assembleia da República para alertar para o atraso da implementação
das majorações.Serão ainda solicitadas
reuniões com os ministros do Trabalho e da Solidariedade e Segurança
Social, através da Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação,
Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal.