Ex-comandante-geral da GNR Botelho Miguel é o novo diretor do SEF
18 de dez. de 2020, 12:23
— Lusa/AO Online
Segundo
uma nota do MAI, o tenente-general Luís Francisco Botelho Miguel foi
designado pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro da
Administração Interna, Eduardo Cabrita, e vai dirigir o processo de
reestruturação do SEF e "assegurar a separação orgânica entre as suas
funções policiais e as funções administrativas de autorização e
documentação de imigrantes".Botelho
Miguel, natural de Lisboa, é mestre em Ciências Militares - ramo de
Artilharia - e licenciado em Engenharia de Sistemas Decisionais.Exerceu
vários cargos de comando entre 2010 e 2020 na Guarda Nacional
Republicana, onde cessou funções como Comandante-Geral em julho.A
designação de Botelho Miguel para o SEF surge após a demissão da
ex-diretora Cristina Gatões, que saiu do cargo nove meses depois de um
cidadão ucraniano ter sido morto nas instalações daquele serviço no
aeroporto de Lisboa.Ihor Homeniuk terá
sido vítima das violentas agressões por três inspetores do SEF, acusados
de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de
outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de
janeiro.Na terça-feira, o ministro Eduardo
Cabrita anunciou no parlamento que a legislação sobre a restruturação
do SEF será produzida em janeiro.O MAI já
tinha divulgado que o processo de reestruturação do SEF deveria estar
concluído no primeiro semestre de 2021 e que seria coordenado pelos
diretores nacionais adjuntos do Serviço, José Luís do Rosário Barão –
que ascendeu a diretor em regime de substituição - e Fernando Parreiral
da Silva.Esse processo esteve no centro de
uma polémica entre o diretor nacional da PSP, Magina da Silva, e
Eduardo Cabrita, no domingo, depois de o responsável da força policial
ter admitido que está a ser trabalhada a fusão da PSP com o SEF.Após
as declarações de Magina da Silva aos jornalistas, no final de um
encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o
ministro respondeu que a reforma do SEF será anunciada "de forma
adequada" pelo Governo "e não por um diretor de polícia".