Ex-chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos ouvida na comissão de inquérito
TAP
24 de mai. de 2023, 05:53
— Lusa/AO Online
Maria Antónia Araújo
foi chefe do gabinete do ex-ministro Pedro Nuno Santos, que se demitiu
na sequência da indemnização de 500.000 euros paga a Alexandra Reis, e é
atualmente chefe do gabinete do secretário de Estado das
Infraestruturas, Frederico Francisco.Espera-se,
assim, que a comissão de inquérito à TAP volte a incidir sobre a
polémica indemnização, após várias audições em que a maioria dos
deputados se concentrou nos acontecimentos de 26 de abril no Ministério
das Infraestruturas, que envolveram o ex-adjunto de João Galamba,
Frederico Pinheiro, e levaram à intervenção do Serviço de Informações de
Segurança (SIS) devido a um computador de serviço retirado do edifício.Depois
de ter dito que não foi informado da indemnização de 500.000 euros e
após a sua demissão, Pedro Nuno Santos esclareceu, em comunicado, que
ele, o então secretário de Estado Hugo Mendes e a chefe de gabinete,
Maria Antónia Araújo “não tinham memória” de que sabiam da indemnização e
que o ministro deu “anuência política para fechar o processo”.“A
única informação nova, posterior à minha demissão, que senti
necessidade de dar conhecimento público foi a de uma comunicação
encontrada, por mim, a 19 de janeiro de 2023 da minha então chefe de
Gabinete (CG) e do secretário de Estado (SE), de que nenhum dos três
tinha memória, a informarem-me do valor final do acordo a que as partes
tinham chegado e que não era possível reduzir mais o valor da
indemnização”, informou, em 20 de janeiro.A
audição de Maria Antónia Araújo está marcada para as 18h00 (menos uma nos Açores), para que
antes os deputados discutam e votem vários requerimentos para audições
apresentados por vários grupos parlamentares no seguimento dos
acontecimentos de 26 de abril e o envolvimento do SIS.Entre
eles estão o pedido para depoimento por escrito do diretor nacional da
Polícia de Segurança Pública (PSP), Manuel Magina da Silva, para
audições do diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz, da secretária-geral do
Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Graça
Mira-Gomes, e a inquirição do primeiro-ministro, António Costa, que a IL
pediu que se faça por escrito, mas o BE prefere que seja presencial.Na
sexta-feira, a Assembleia da República aprovou a prorrogação por 60
dias do prazo de funcionamento da comissão parlamentar de inquérito à
TAP, que tinha data prevista de conclusão em 23 de maio, para conseguir
“realizar todas as audições requeridas e acordadas”, estando, até ao
momento, a última audição marcada para 16 de junho, com a inquirição ao
ministro das Finanças, Fernando Medina.