Evadido de Vale de Judeus, Fábio Loureiro, detido em Marrocos

7 de out. de 2024, 09:59 — Lusa/AO Online

Cerca das 22h00 , as "autoridades marroquinas, com a colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a Polícia Judiciária (PJ)" detiveram o suspeito, que estava em fuga desde 07 de setembro."A operação policial internacional foi desencadeada em menos de 24 horas, contou com o forte apoio da Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direção Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina, com base em informação credível da PJ, de que Fábio Loureiro estaria em Marrocos.Sobre Fábio Loureiro recaía um mandado de detenção internacional e estava na lista dos mais procurados da Interpol, refere a PJ em comunicado.Fábio Loureiro está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão e será agora "presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena", acrescenta ainda a PJ.Segundo o relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a fuga dos reclusos "demorou seis minutos" e só foi detetada cerca de uma hora depois.O grupo de evadidos incluía dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.Destes, apenas Fábio Loureiro foi detido pelas autoridades.A fuga levou ao afastamento do direitor da cadeia e à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Isabel Leitão, que já integrava aquela direção-geral tutelada pelo Ministério da Justiça.A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que ordenou uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas, a ser ouvida recentemente sobre o caso na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a requerimento da Iniciativa Liberal.Esta segunda-feira, guardas de várias cadeias do país são esperados numa concentração defronte de Vale de Judeus, promovida pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que quer "demonstrar a união e o apoio do corpo da guarda prisional aos colegas do EP de Vale de Judeus" e, desta forma, "demonstrar que existem problemas transversais a todos os estabelecimentos prisionais e que afetam a vida de todos" estes profissionais.