Europa registou quase 300 mil mortes em excesso entre março e outubro de 2020
Covid-19
20 de jan. de 2021, 12:34
— Lusa/AO Online
A mortalidade em
excesso, medida a partir da média dos três anos anteriores, foi díspare
ao longo de 2020 entre os estados-membros, com Portugal a atingir picos
nos meses de julho e novembro, de acordo com dados estatísticos
divulgados hoje pela Comissão Europeia, em que se contam 297.500 mortes
em excesso na UE entre março e outubro.Em
julho, a mortalidade em Portugal foi 25,3% superior ao período homólogo
de referência, muito acima da média europeia de mortalidade em excesso
para esse mês, que ficou nos 2,9%, enquanto em novembro a mortalidade em
excesso em Portugal voltou a disparar para 25,5% acima da média dos
três anos anteriores.No mês de novembro,
para o qual não há dados sobre todos os países, os números disponíveis
da mortalidade em excesso atingem valores como 97,2% na Polónia, 94,5%
na Bulgária.Só Chipre, Dinamarca, Letónia e Irlanda conseguiram manter a mortalidade em excesso abaixo de 10% no mês de novembro. Dinamarca,
Finlândia e Estónia são, aliás, os únicos países da UE em que a
mortalidade em excesso durante o ano passado nunca ultrapassou 10%.O
pico de mortalidade em abril nos 27 países da União coincidiu com a
primeira vaga da pandemia da covid-19, assinala a Comissão,
acrescentando que após um início de 2020 com mortalidade abaixo da
média, "durante o mês de março, o número de mortes subiu rapidamente" em
alguns países, destacando-se logo nesse mês Itália (com 49,2% de
mortalidade em excesso) e Espanha (59,2%).Mas
o pior ainda estava para vir em abril, mês em que a mortalidade em
excesso disparou para 78,9% em Espanha, 73,9% na Bélgica e 53,6% na
Holanda, 41,2% na Itália, 38,3% na Suécia e 36,4% em França.