Europa pode não atingir metas da ONU para 2030 em relação ao VIH e tuberculose
23 de abr. de 2025, 18:46
— Lusa
O mesmo se passa em relação
às hepatites B e C e a doenças sexualmente transmissíveis, acrescenta
um comunicado do organismo da União Europeia (UE) sobre o primeiro
relatório de monitorização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas para alcançar até 2030.O
relatório do ECDC, com os dados mais recentes sobre a incidência,
prevenção, testes, tratamento e mortalidade na União Europeia (UE) e no
Espaço Económico Europeu (EEE) relativos aos quatro grupos de doenças
acompanhadas, destaca que, embora tenham sido registados progressos em
algumas áreas, muitos países não estão no bom caminho, bem como que
"lacunas significativas de dados" impedem uma avaliação completa. Em
relação ao VIH, a análise indica que o número de novas infeções caiu
35% desde 2010 na UE/EEE, mas que o avanço é mais lento do que o
necessário para atingir a meta provisória definida para 2025, com
dificuldades para se contactar as pessoas não diagnosticadas e para
garantir o tratamento.No caso da
tuberculose, a incidência estimada desceu 35% desde 2015, mas as taxas
de tratamento bem-sucedido continuam abaixo da meta de 30%,
particularmente nos casos de resistência aos antibióticos.A
informação disponível sobre as hepatites B e C, que causam a maioria
das mortes atribuídas à SIDA, sugere "falhas significativas" em relação
aos objetivos de testagem e de tratamento, além de as taxas de
mortalidade não darem sinais de diminuir.A
avaliação refere que os casos registados de doenças sexualmente
transmissíveis, como a sífilis e a gonorreia, atingiram os níveis mais
elevados desde que o ECDC os começou a monitorizar em 2009, situação
dificultada pela falta de dados sobre testes e tratamento."A
Europa precisa de ações coordenadas e ousadas em matéria de prevenção,
testes e tratamento para atingir os objetivos de desenvolvimento até
2030. Estas doenças são evitáveis, assim como o fardo que representam
para os sistemas de saúde, doentes e famílias", alertou a diretora do
ECDC, Pamela Rendi-Wagner, citada no comunicado, segundo a agência
noticiosa espanhola EFE.