Eurodeputados açorianos debatem futuro da PAC pós-2027
9 de abr. de 2025, 12:04
— Carlota Pimentel
O eurodeputado social-democrata Paulo Nascimento Cabral defende a
criação de um mecanismo europeu de resseguro agrícola, “para evitar
riscos e distorções do mercado”, e o eurodeputado socialista André
Franqueira Rodrigues quer uma Política Agrícola Comum (PAC) “mais justa,
sustentável e adaptada aos desafios das zonas rurais”.Os
eurodeputados falavam na reunião da Comissão da Agricultura e do
Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, na apresentação do projeto
de relatório “O futuro da agricultura e a política agrícola comum
pós-2027”.“Felicito o excelente relatório apresentado, pelo foco na
segurança e soberania alimentar que a agricultura nos dá, à União
Europeia, mas também pelos elementos de desenvolvimento das áreas
rurais”, afirmou Nascimento Cabral, citado em comunicado, realçando o
equilíbrio entre produção agrícola, coesão territorial e valorização do
mundo rural. O eurodeputado do PSD sublinhou a importância de manter a
estrutura de dois pilares da PAC, referindo “o reforço da manutenção da
PAC na sua arquitetura de dois pilares, como primeiro pilar totalmente
financiado por fundos europeus”.Em comunicado, Paulo Nascimento
Cabral reiterou ainda a necessidade de “regionalizar o segundo pilar da
PAC, voltando a uma maior participação das autoridades regionais na
gestão e desenho do FEADER. Temos que ter o FEADER com a participação
das autoridades regionais naquilo que é a gestão e no desenvolvimento
deste mesmo programa”, afirmou.No que diz respeito ao POSEI, o
eurodeputado do PSD realçou a “urgência na atualização do envelope
financeiro destinado às Regiões Ultraperiféricas”.Por sua vez, André
Franqueira Rodrigues destacou, na sua intervenção, vários pontos
positivos do relatório relativo ao futuro da PAC pós-2027, entre os
quais as referências “à necessidade de um orçamento robusto para a PAC e
à preservação da sua estrutura atual, a simplificação de regras e
procedimentos, o sublinhar da importância da gestão e disponibilidade
hídrica para o futuro da atividade agrícola e o foco dado à renovação
geracional”. Contudo, alertou para algumas omissões que considera
fundamentais no debate sobre o futuro da PAC. “É importante melhorar a
gestão dos pagamentos diretos, reconhecendo que as explorações de
maiores dimensões têm mais ferramentas para serem competitivas do que
aquelas de menor dimensão, que precisam de maior apoio”, afirmou, citado
em comunicado.Conforme nota de imprensa, o socialista lamentou
também “a ausência de referências à condicionalidade social, ao programa
LEADER e a pouca ênfase dada à formação no setor agrícola”. O eurodeputado socialista defendeu ainda que o desenvolvimento rural deve continuar a ser um pilar da PAC.