EUA propõem colaboração com Portugal após ciberataque que expôs dados da NATO
16 de set. de 2022, 09:58
— Marta Moreira/Lusa/AO Online
João
Gomes Cravinho reuniu-se esta quinta-feira, em Washington, com o
conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, e com o
secretário de Estado, Antony Blinken, momento que aproveitou para
abordar o ciberataque, indicando que os ânimos estão mais serenos."Nós
tivemos a oportunidade de falar brevemente [sobre o ciberataque] com
Jake Sullivan, um pouco mais com Antony Blinken. Os ânimos estão muito
serenos, até porque, como sublinhava Blinken, de maneira muitíssimo
sincera, isto é um campo em que estamos todos a aprender. Temos todos
vulnerabilidades e temos de nos apoiar uns aos outros", disse o MNE aos
jornalistas portugueses no final do encontro com Blinken."Ficamos
muito satisfeitos com algumas propostas americanas em relação a formas
de colaboração connosco, para fechar eventuais portas e janelas que
possam estar abertas. Isto é um campo muito técnico, muito complexo e os
nossos especialistas estão a trabalhar afincadamente em colaboração com
a NATO, em colaboração com aliados, como os Estados Unidos. E,
portanto, aquilo que nós fizemos aqui foi simplesmente constatar a
disponibilidade para continuar essa boa colaboração que temos vindo a
ter", acrescentou o MNE. O Ministério
Público abriu esta semana um inquérito ligado ao ciberataque contra o
Estado-Maior-General das Forças Armadas em que documentos classificados
da NATO foram extraídos e colocados à venda na ‘darkWeb’, indicou a
Procuradoria-Geral da República.Segundo
revelou a semana passada o Diário de Notícias, o Governo português foi
informado da situação pelos serviços de informações norte-americanos,
por intermédio da embaixada em Lisboa, através de uma comunicação que
terá sido feita diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, em
agosto passado.O mesmo jornal mencionou
que este caso é considerado de "extrema gravidade" e terão sido os
ciberespiões norte-americanos a detetar "à venda na ‘darkweb’ centenas
de documentos enviados pela NATO a Portugal, classificados como secretos
e confidenciais".Na altura, o Ministério
da Defesa Nacional afirmou que já está a averiguar "todos os indícios de
potencial quebra de segurança informática" e alegou a "sensibilidade"
daqueles processos para não se pronunciar sobre a noticiada exfiltração
de documentos da NATO.