“Continuamos a observar com profunda
preocupação não só a progressão do programa nuclear do Irão, mas também
o constante aumento das suas capacidades em matéria de mísseis
balísticos”, declarou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança
Nacional da Presidência norte-americana.Sem
fornecer mais pormenores, acrescentou: “Vamos assegurar-nos de que o
Presidente [dos Estados Unidos, Joe Biden] dispõe de todas as opções”
necessárias.“De certeza que não mudámos a nossa opinião que é: não deixaremos o Irão dotar-se de armas nucleares”, afirmou John Kirby.“O
Presidente ainda acredita que a melhor forma de obter isso é pela via
diplomática, [mas] não estamos sequer perto” de tal acontecer, comentou.“Preferíamos
mil vezes isso, mas estamos demasiado longe”, disse ainda o
conselheiro, referindo-se às negociações, paralisadas, para tentar
recuperar o acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear
iraniano.O Irão esteve cerca de 18 meses
em negociações com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, de
forma indireta, com os Estados Unidos – os signatários do texto original
-, para salvar o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa
nuclear iraniano a fins civis como contrapartida para o levantamento de
sanções económicas.O pacto foi
unilateralmente abandonado em 2018 pelo então Presidente
norte-americano, Donald Trump, que reimpôs as sanções ao Irão, fazendo
com que este deixasse também gradualmente de cumprir os compromissos
assumidos.Entretanto, uma inspeção de
especialistas da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), a
agência nuclear da ONU, descobriu três locais de produção de urânio
não-declarados no país.O Irão começou a
produzir urânio enriquecido a 60% na central de Fordo, um nível bem
acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional em
questão, anunciou hoje a agência de imprensa Isna.Essa
unidade de produção subterrânea, situada 180 quilómetros a sul de
Teerão, foi recentemente renovada por forma a tornar-se mais eficaz.