EUA instam Hamas a cessar atos de violência contra civis na Faixa de Gaza
Médio Oriente
15 de out. de 2025, 17:23
— Lusa/AO Online
"Instamos veementemente o
Hamas a cessar imediatamente a violência e os disparos contra civis
palestinianos inocentes em Gaza, tanto nas zonas controladas pelo Hamas
como nas que estão sob a proteção das FDI [Forças de Defesa de Israel]
atrás da linha amarela", escreveu Cooper numa mensagem publicada na rede
social X, referindo-se à linha definida no acordo mediado pelos Estados
Unidos (EUA), Qatar, Egito e Turquia, com base no plano de paz
apresentado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump."Esta
é uma oportunidade histórica para a paz. O Hamas deve aproveitá-la,
cessando completamente as suas ações, cumprindo rigorosamente o plano de
paz de 20 pontos do Presidente Trump e desarmando-se sem demora",
acrescentou.Apesar dos incidentes
registados nos últimos dias no enclave, Cooper garantiu que os EUA
continuam "muito otimistas quanto ao futuro da paz na região".A
agência espanhola EFE avançou que circulam vídeos nas redes sociais que
mostram membros do Hamas a executarem pessoas algemadas nas ruas,
alegando que as mesmas colaboravam com Israel.Já
a agência de notícias France-Presse (AFP) especificou que foram
executados oito presumíveis "colaboradores" de Israel no meio da rua na
cidade de Gaza.Após vários dias de
confrontos, testemunhas afirmaram na terça-feira que se registaram
combates intensos no leste da cidade de Gaza, no bairro de Shujaia,
entre uma unidade afiliada ao Hamas e clãs e bandos armados, alguns dos
quais teriam sido apoiados por Israel.A
"Força de Dissuasão", um organismo recentemente criado no âmbito do
aparelho de segurança do Hamas, está a "levar a cabo uma operação" para
"neutralizar pessoas procuradas", afirmou uma fonte de segurança
palestiniana em Gaza citada pela AFP.Na
semana passada, o comandante do Centcom acompanhou os enviados especiais
de Trump, Steve Witkoff e Jared Kushner, durante uma visita à Faixa de
Gaza, coincidindo com o início do cessar-fogo estipulado no plano.Também
na terça-feira, Trump avisou o Hamas que, se não entregasse as armas,
seria obrigado a entregá-las rapidamente e pela força.O líder republicano assegurou ainda que o Hamas lhe tinha garantido que iria cumprir o compromisso de desarmamento.O
cessar-fogo no enclave palestiniano entrou em vigor na passada
sexta-feira, dando início à primeira fase do plano de Trump para a Faixa
de Gaza, que inclui o fim dos ataques, a libertação de reféns
israelitas e de prisioneiros palestinianos, bem como a retirada parcial
das tropas israelitas.O acordo, aceite por Israel e pelo Hamas, inclui também a entrega de todos os reféns mortos.Até
ao momento, o grupo islamita palestiniano apenas devolveu sete dos 28
corpos que mantinha no enclave, um atraso que aumentou as tensões sobre a
aplicação do acordo. O exército israelita
confirmou hoje que, após exames realizados pelo Instituto Nacional de
Medicina Legal, um dos quatro corpos entregues na terça-feira à noite
pelo Hamas não corresponde a nenhum dos reféns, pelo que há 21 corpos de
reféns ainda na Faixa de Gaza.O atraso na
entrega dos mortos, algo que já tinha sido previsto durante as
negociações deste acordo devido às toneladas de escombros em Gaza, levou
o Governo israelita a ameaçar na terça-feira restringir a entrada de
ajuda humanitária através da passagem de Rafah, no sul do enclave
palestiniano.Se for avante, a segunda fase
da proposta estipula a desmilitarização do Hamas, o envio de uma força
internacional de estabilização e um plano de reconstrução com o apoio
das nações árabes.Em troca dos reféns
entregues pelo Hamas, 1.968 prisioneiros palestinianos foram também
libertados, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra
Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas "razões de
segurança", desde o início da guerra, em 07 de outubro de 2023.