EUA apresentam texto na ONU sobre eleições, Rússia opõe-se

Venezuela

10 de fev. de 2019, 17:56 — Lusa/Ao online

O projeto, ao qual a agência de notícias AFP teve acesso, exprime o “total apoio” ao Conselho da Assembleia Nacional da Venezuela, “a única instituição democraticamente eleita” no país.Sublinhando uma “profunda preocupação perante a violência e o recurso excessivo à força por parte das forças de segurança venezuelanas contra manifestantes pacíficos e desarmados”, o texto apela para “um processo político conduzindo a uma eleição presidencial livre, justa e credível”.O projeto de resolução também pede ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que “use os seus bons ofícios” para obter esse processo eleitoral e insiste na necessidade de evitar uma “deterioração adicional” da situação humanitária, e de “facilitar o acesso e a entrega de uma ajuda para todos os que dela necessitam” no país.Até agora não foi avançada nenhuma data por parte de Washington para uma votação do texto dos Estados Unidos e as negociações continuam, segundo uma fonte diplomática. Outra fonte citada pela AFP disse que caso a questão das eleições avance, a Rússia, apoiando Nicolas Maduro e acusando os Estados Unidos de apoiar um “golpe de Estado” na Venezuela, utilizará o seu direito de veto.Na sexta-feira, Moscovo propôs aos 14 parceiros um “texto alternativo” ao dos norte-americanos, segundo fontes diplomáticas.Um diplomata disse que esse texto não apresenta nada substantivo para uma saída da crise. E outra fonte ouvida pela agência de notícias disse que o texto, que denuncia “interferências” nos assuntos internos da Venezuela, se for a votos não terá apoios suficientes para ser adotado.Ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos foi encaminhada para a cidade colombiana de Cututa, na fronteira com a Venezuela, mas o presidente Nicolas Maduro garantiu que ela não entrará no país.Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por quatro dezenas de países, disse na sexta-feira que estava pronto para tudo, incluindo autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos, para tirar Nicolas Maduro do poder.