"Eu não vou regressar a Portugal", disse aos jornalistas, voltando-se para trás. Quando
se levantou do banco dos réus, tirou a máscara, virou-se em direção aos
jornalistas e fez a sua única declaração de hoje na sala de audiências.João
Rendeiro saiu da sala acompanhado por dois guardas para esperar noutro
espaço do tribunal pelo transporte para o levar de volta para o local de
detenção.Questionado pela Lusa se se ia
manter na prisão de Westville, o advogado Sean Kelly disse estar "ao
telefone, a tratar do assunto".Pouco depois revelaria que não ia haver mudança.A
advogada June Marks disse à Lusa ao início do dia que a sua equipa ia
pedir a transferência para outra prisão, alegando que Rendeiro tinha
sido ameaçado de morte, referindo que "os outros prisioneiros ouvem
histórias na rádio".O pedido de libertação
sob fiança feito pela defesa e contestado pelo Ministério Público devia
ter sido hoje debatido, mas essa análise ficou adiada por mais um dia,
remetida para quarta-feira, às 09.00 (07:00 em Lisboa) no mesmo
tribunal.Fonte do tribunal explicou no
final da sessão que o procurador Naveen Sewparsat pretende juntar uma
nova acusação ao processo contra Rendeiro - não especificada - e que,
por sua vez, o advogado Sean Kelly deverá também ajustar o pedido de
fiança para incluir essa nova acusação.Assim,
o pedido de adiamento para quarta-feira foi consensual entre ambas as
partes e o magistrado que presidiu à sessão, Rajesh Parshotam, fez novo
agendamento, mantendo João Rendeiro sob custódia das autoridades.