Estudo vai avaliar aceitação e adesão de portugueses à vacina
Covid-19
6 de jan. de 2021, 12:11
— Lusa/AO Online
Segundo
a investigadora Rute Sampaio, “a opinião pública e a confiança nesta
terapêutica são determinantes para se alcançar uma imunização das
comunidades, objetivo fundamental para a erradicação da pandemia”.Por
esse motivo, os investigadores da FMUP e do CINTESIS – Centro de
Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde acreditam ser
“imperativo a existência de uma estratégia de informação” que potencie
uma maior confiança. Caso contrário, “a disponibilização de uma vacina eficaz, por si só, pode não ser suficiente”, alertam os investigadores.Combater
a desinformação e a desconfiança associada ao desenvolvimento da vacina
tornam-se, de acordo com Rute Sampaio, “os grandes desafios que se
impõem no momento”. O fenómeno denominado
como “hesitação à vacinação” foi inclusive identificado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez maiores ameaças à saúde global
pré-pandemia.“Todo o contexto de
investigação impôs um ritmo muito acelerado e gerou uma certa ansiedade e
até desconfiança que pode comprometer a aceitação da vacina. As
autoridades devem estar preparadas para lidar com esta hesitação e,
portanto, é fundamental disseminar a informação”, sustentou a
investigadora.Em declarações à Lusa, Rute
Sampaio considerou que “muitas dúvidas ainda permanecem e uma grande
faixa da população ainda não tem acesso a essa informação que sabemos
que é determinante”. “Com o estudo pretendemos avaliar não só a potencial aceitação da vacina como a própria adesão terapêutica à vacina”, frisou.O projeto da FMUP envolve a realização de um inquérito online aberto a toda a população com mais de 18 anos. Até
ao final de janeiro, os participantes são convidados a responder, de
forma anónima, a um conjunto de perguntas relacionadas com o impacto da
pandemia nas suas vidas e sobre a perceção da eficácia e do grau de
informação sobre o tema.Os resultados do
estudo serão partilhados com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e podem
tornar-se um contributo para intervenções que ajudem a população a
equilibrar os riscos e benefícios associados à nova vacina.