Estudo revela que as aves envelhecem mais rápido na cidade do que no campo
21 de mar. de 2018, 15:29
— Lusa/AO online
Segundo
o estudo, publicado na revista “Biology Letters”, as aves das cidades
são afetadas por poluição, parasitas e stress, que provocam uma
degradação dos telómeros - as terminações dos cromossomas que protegem a
informação genética e que ficam mais curtas com o envelhecimento. Citado
no estudo o investigador do CSIC da Estação Biológica de Doñana Jordi
Figuerola explica que “os telómeros das aves capturadas nas cidades
foram mais curtos, o que sugere que o estado de saúde é afetado pelo
ambiente urbano”. Jordi
Figuerola diz que “embora o melro seja uma espécie capaz de se adaptar a
grandes centros populacionais e esteja presente nos jardins de todas as
cidades, a sua saúde é pior do que a dos que vivem em áreas menos
afetadas pelas atividades humanas”.Os
investigadores recolheram amostras de sangue de melros capturados em
Sevilha, Granada, Madrid, Dijon (França) e Turku (Finlândia) e em áreas
naturais próximas dessas cidades para medir o comprimento dos telómeros.O
investigador da Universidade de Groningen, Juan Diego Ibáñez Álamo, que
colaborou no estudo, adianta que o facto de estas aves preferirem viver
em ambientes urbanos “sugere que as vantagens de serem mais predadores
do que presas ou a maior abundância de alimentos compensam o efeito
negativo sobre a saúde”.Os
cientistas apontam para a necessidade de estudos adicionais para
aprofundar os mecanismos que influenciam a diferença de qualidade de
vida dos seres vivos que vivem em ambientes urbanos e naturais.