Estudo revela que 31 dos 308 municípios têm poder de compra acima da média nacional
8 de nov. de 2023, 10:47
— Lusa/AO Online
De acordo com os dados
da 15.ª edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC),
relativo a 2021, divulgado pelo INE, “apenas 23 municípios concentravam
50% do poder de compra nacional” e, no conjunto, “as duas áreas
metropolitanas concentravam mais de metade (51%) do poder de compra,
apesar de reunirem 44,5% da população do país”. A
maioria dos 31 municípios com poder de compra ‘per capita’ superior à
média nacional localizam-se na AML (10 em 18 concelhos) e AMP (cinco em
17), com Lisboa, Oeiras e Porto com os valores mais elevados,
destacando-se também Coimbra, Aveiro, Faro e Évora (capitais de
distrito).No EPCC foram consideradas 16
variáveis que permitem gerar três indicadores de síntese: Indicador per
Capita (IpC), Percentagem de Poder de Compra (PPC) e Fator Dinamismo
Relativo (FDR).O PPC deriva do IpC para
“avaliar o grau de concentração do poder de compra” nos territórios e,
em 2021, as regiões NUTS II (nomenclatura das unidades territoriais para
fins estatísticos) AML e Norte “concentravam quase dois terços (65,8%)
do poder de compra manifestado regularmente no país”.Para
este resultado contribuíam, de forma decisiva, a AML (33,6%),
simultaneamente NUTS I e II, e a AMP (17,4%), enquanto as sub-regiões
com "menos poder de compra localizavam-se no interior das regiões Norte e
Centro: por ordem crescente, Alto Tâmega, Beira Baixa e Terras de
Trás-os-Montes”.“Além destas sub-regiões,
também o Alto Alentejo, o Alentejo Litoral e o Baixo Alentejo
contribuíam, individualmente, com menos de 1% para o poder de compra
nacional”, lê-se no estudo.Ao nível
municipal, Lisboa destacava-se ao representar 9,7% do poder de compra
total, e apenas mais 22 municípios concentravam, individualmente, “mais
de 1% do poder de compra nacional”.Este
conjunto correspondia a municípios da AML (Sintra, com 3,6%, Oeiras,
Cascais, Loures, Almada, Amadora, Seixal, Odivelas, Vila Franca de Xira e
Setúbal), da AMP (Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e
Santa Maria da Feira), bem como capitais de distrito (Braga, Coimbra,
Leiria), Funchal (Madeira), Guimarães e Vila Nova de Famalicão
(sub-região do Ave).No IpC para 2021,
tendo por referência o valor nacional (igual a 100), o continente
apresentou “um poder de compra superior ao observado nas duas regiões
autónomas”, com 100,6 contra 87,4 (Açores) ou 87,2 (Madeira).A AML, com 121,4, era a única região NUTS II acima do valor nacional, refere-se no documento.O
INE salienta que “o município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado
(186,3)”, seguido de Oeiras (165,5) e Porto (147,6), além de Cascais
(121,8) e Alcochete (118,9), na AML, e de Matosinhos (118,1) e São João
da Madeira (116,7), na AMP.No que toca a
capitais de distrito, destacaram-se com poder de compra superior à média
nacional Coimbra (119,8), Aveiro (119,7), Faro (116,0) e Évora (112,0),
bem como em termos regionais Sines (120,3), no Alentejo Litoral, Loulé
(115,4), no Algarve, e Azambuja (111,1), na Lezíria do Tejo.“Nas
regiões autónomas, o Funchal (109,6) e Ponta Delgada (102,6) também
apresentaram valores superiores à média nacional”, acrescenta-se.O
estudo aponta também que, no território nacional, 119 municípios (39%
do total) apresentavam "valores de IpC inferiores a 75”, e que, dos 10
municípios com menor poder de compra ‘per capita’, “cinco pertenciam à
região Norte, distribuindo-se pelas sub-regiões de Terras de
Trás-os-Montes, Tâmega e Sousa e Alto Tâmega”.Na
análise do IpC por município tendo por referência, em simultâneo, os
contextos nacional e regional, que “possibilita avaliar o grau de coesão
intrarregional e identificar os municípios que se destacam” nesses
contextos, “24 municípios apresentavam um IpC, simultaneamente, acima do
poder de compra ‘per capita’ médio nacional e regional”.Estavam
nesta situação, na região Norte, cinco municípios na AMP (Porto,
Matosinhos, São João da Madeira, Maia e Vila Nova de Gaia), e também
Braga, bem como, na região Centro, três capitais de distrito (Coimbra,
Aveiro e Leiria) e também Arruda dos Vinhos.Na
AML, contavam-se três municípios (Lisboa, Oeiras e Cascais), no
Alentejo, cinco (Sines, Évora, Azambuja, Castro Verde e Beja), no
Algarve, quatro concelhos (Faro, Loulé, Albufeira e Portimão), e nas
regiões autónomas, dois municípios (Funchal e Ponta Delgada).Por
outro lado, 28 municípios apresentaram um poder de compra aquém da
média nacional, mas acima da média regional: nove na região Centro, oito
no Alentejo, seis na região Norte, assim como quatro municípios na
Região Autónoma dos Açores e um na Região Autónoma da Madeira.O
EPCC registou 249 municípios (cerca de 81% dos concelhos do país) com
poder de compra ‘per capita’ aquém da média nacional e da respetiva
média regional, ao passo que ao nível das NUTS II esta proporção
“variava entre 44%, na Área Metropolitana de Lisboa, e 87%, na região
Centro”.O estudo identificou ainda sete
municípios, todos na AML, com um poder de compra acima da média
nacional, mas aquém do respetivo valor regional (121,4): Amadora,
Loures, Montijo, Mafra, Almada, Setúbal e Alcochete.No
FDR, refletindo “o poder de compra de manifestação irregular,
geralmente sazonal”, e relacionado com fluxos populacionais da atividade
turística, observou-se em 2021 que, dos 19 municípios com valor
superior a um desvio-padrão, 13 municípios situavam-se no Algarve: Vila
do Bispo, Loulé, Aljezur, Albufeira, Lagos, Lagoa, Castro Marim, Tavira,
Vila Real de Santo António, Portimão, Silves, Monchique e São Brás de
Alportel.Os resultados completos da 15.ª edição do EPCC estão disponíveis em www.ine.pt.