Estudantes pedem intervenção de Vasco Cordeiro para regressarem aos Açores
Covid-19
3 de abr. de 2020, 12:45
— Lusa/AO Online
Numa carta que enviaram a Vasco Cordeiro, à
qual a agência Lusa teve acesso, os estudantes “apelam à solidariedade”
do presidente do Governo dos Açores, a quem pedem que sejam realizados
esforços para solicitar ao Presidente da República que seja realizada
uma “operação de resgate segura”.Os
estudantes sugerem que esse resgate seja realizado através do recurso a
um avião C295, da Força Aérea Portuguesa, com capacidade para 70
passageiros.Este avião oferece a “vantagem
de poder aterrar em qualquer ilha, incluindo o Corvo, se necessário” e
assim poderiam ficar nas ilhas respetivas de destino, onde realizariam a
quarentena.“Seria crucial um transporte
seguro desde as residências dos estudantes até à plataforma aérea. Esta
recolha poderia ser organizada por região ou distrito através dos meios
de transporte da PSP, Polícia Militar ou outras entidades competentes”,
afirmam na missiva.Na missiva, assinada
pelos 146 estudantes que estão no continente em isolamento voluntário,
os jovens explicam que, depois de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter
dito que o pico da pandemia da covid-19 foi adiado para o final de
maio, constataram que “esta situação vai muito além do final do
semestre”, pelo que a sua decisão, “neste momento, mudou”.“Queremos
regressar a casa, uma vez que aqui sozinhos, longe das nossas famílias,
o nosso futuro é incerto, pelo que temos que agir imediatamente”,
declaram os estudantes deslocados.Entre os motivos que os faz querer regressar estão também questões de saúde e financeiras.“Outros,
simplesmente querem voltar às suas casas, para o conforto das suas
famílias pois encontram-se completamente sozinhos em grandes cidades, ou
isolados em residências universitárias, totalmente vazias”, afirmam.Contudo,
nem todos os estudantes açorianos querem voltar para casa e, num grupo
criado no Facebook, duas jovens defendem que se devem manter todos no
continente para salvaguardar a saúde pública dos açorianos e dos seus
agregados familiares.