Estudantes deslocados em Lisboa passam a receber reembolso da taxa turística
22 de jul. de 2020, 14:16
— Lusa/AO Online
O
documento mereceu os votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN,
PEV, MPT, PPM e 10 independentes e a abstenção de apenas um eleito que
exerce o seu mandato como independente. Na
sessão de terça-feira, o presidente da AML, José Leitão (PS), anunciou o
chumbo de uma proposta de alteração do deputado municipal Rui Costa
(ex-BE) para incluir no documento todos os estabelecimentos “onde seja
liquidada a Taxa Municipal Turística” e não apenas o alojamento local
como propunha a câmara.Depois da
reclamação do deputado, fonte oficial da AML confirmou hoje à Lusa que a
alteração foi aprovada por maioria, com os votos contra do PS, a
abstenção de um deputado independente e do BE e os votos favoráveis dos
restantes partidos e eleitos independentes.Foi
ainda aprovada uma outra proposta de alteração do deputado Rui Costa
que visa alargar o apoio aos “estudantes deslocados, sejam eles
nacionais, estrangeiros ou apátridas, inscritos em estabelecimentos de
ensino sito no município de Lisboa”.Com a
aprovação da proposta do ex-deputado do Bloco, ficam excluídos os
estudantes que “possuam domicílio fiscal no município de Lisboa ou em
município integrante da Área Metropolitana de Lisboa”.No
caso de o estudante ou de algum membro do seu agregado familiar ser
proprietário, usufrutuário ou detentor de habitação no concelho de
Lisboa ou em qualquer um dos municípios da área metropolitana, o aluno
também não poderá candidatar-se a este apoio.A
proposta da câmara, subscrita pelo vice-presidente da autarquia, João
Paulo Saraiva (Cidadãos por Lisboa, eleito pelo PS), e pelos vereadores
do CDS-PP no município, destaca que “tem aumentado o número de
inscritos” no ensino superior “obrigados a recorrer a estabelecimentos
de alojamento local” na cidade e que, segundo dados de 2017, “apenas
9,2%” dos estudantes tinha “vaga em residências académicas”.O
deputado independente Rodrigo Mello Gonçalves (ex-PSD) apresentou uma
recomendação para que a câmara inicie uma revisão do regulamento de
taxas, “naquilo que diz respeito à taxa Turística de Dormida, com vista a
rever situações que podem ser objeto de isenção dessa mesma taxa”,
criticando a “burocracia estatizante de esquerda”.A
recomendação foi inicialmente dada como chumbada pelo presidente da
Assembleia Municipal, mas entretanto fonte oficial da AML deu conta de
que o documento foi, afinal, aprovado.Intervindo
na sessão, a deputada do BE Isabel Pires defendeu que é necessário
olhar para este problema “como um problema de habitação e não como um
problema de taxas turísticas”, reforçando que “não é normal que
estudantes tenham de recorrer a este tipo de habitação”.Por
seu turno, os deputados do PAN, Miguel Santos, e do MPT, José Inácio
Faria, consideraram que o regulamento de taxas deveria ser revisto de
forma a deixar de haver um reembolso aos estudantes, passando a haver
uma efetiva isenção daquela taxa.Para
Sobreda Antunes, do PEV, o “mais curioso é o facto de há um ano e meio” a
AML ter aprovado por unanimidade uma recomendação do partido com vista à
isenção do pagamento da taxa turística aos estudantes “e a câmara nunca
ter decidido avançar com este projeto”.Na
sessão de terça-feira, foi igualmente aprovada a isenção do pagamento
das rendas entre os meses de março e junho aos comerciantes dos mercados
de Campo e Ourique e a Ribeira.