Estratégia Nacional terá primeira avaliação em janeiro
Sem-Abrigo
12 de dez. de 2019, 12:19
— Lusa/AO Online
“Contamos ter a avaliação do
primeiro ano do plano de ação. Faremos isso em janeiro de 2020”, disse
Ana Mendes Godinho durante uma audição na Comissão de Trabalho e
Segurança Social na sequência de um requerimento do PSD sobre a
implementação pelo Governo da Estratégia Nacional para a Integração de
Pessoas Sem-Abrigo (ENIPSA) 2017-2023. A
ministra do Trabalho e Segurança Social adiantou aos deputados que em
janeiro de 2020 será feito o balanço de todas as verbas de execução de
forma discriminada. Ana Mendes Godinho
disse que os "dados preliminares" mais recentes dão conta de um
"decréscimo de pessoas sem teto e de um aumento de pessoas sem casa". Este
cenário significa para o Governo que está a ser possível retirar
pessoas da rua e colocá-las em alojamento temporário apontando a
ministra que "230 pessoas terão saído da situação de sem teto para sem
casa".O combate à pobreza, adiantou, é uma prioridade do governo sendo o fenómeno dos sem-abrigo de grande complexidade.“É
um fenómeno que necessita de resposta multidimensional e
multidisciplinar ao nível da prevenção e intervenção”, frisou Ana Mendes
Godinho adiantando que já em 2009 tinha sido lançado um plano que foi
interrompido pelo governo PSD/CDS, um trabalho que afirma ter sido agora
retomado.O PSD, que apresentou o
requerimento para a audição da ministra afirma que 2019 foi um ano em
que tudo esteve parado até no apoio às instituições voluntárias.A
ministra explicou que em 2018 foi feito um diagnóstico sobre o cenário
macro do número de pessoas sem teto ou sem casa e que foi apurado
existirem nestas situações 3.396 pessoas.Em 2019, adiantou, foi feito um inquérito que aponta para um decréscimo de pessoas sem teto.“Desde
que iniciei funções tive a preocupação de implementar algumas medidas
estando o Instituto de Segurança Social a desenvolver uma plataforma
para passar a ter informação ao momento de forma a garantir um
acompanhamento personalizado de cada pessoa”, disse.Por
outro lado, adiantou, estão a ser criadas equipas do Instituto de
Segurança Social e do instituto de Emprego e Formação Profissional para
dar uma resposta personalizada com as instituições no terreno.A
criação de um gestor da Estratégia Nacional com início já em janeiro,
explicou, permitirá responder a situações concretas e traçar planos de
resposta individualizada.O gestor, adiantou, garantirá que todas as medidas pragmáticas são implementadas no terreno.Questionada
pelo grupo parlamentar do PSD sobre a inexistência de verbas alocadas
às autarquias para o desenvolvimento da estratégia, a ministra explicou
que terão de ser também as câmaras municipais as alocarem os seus
esforços, nomeadamente no que respeita à habitação destacando a
autarquia de Lisboa como um exemplo.“Há
soluções como o 'housing first' em que as câmaras disponibilizam os
edifícios e o Instituto de Segurança Social mobiliza as equipas
técnicas”, disse.